Vida 

Publica Raízes do Brasil

1931 a 1935 Chegando ao Rio, retomou o jornalismo e o trabalho em agências telegráficas: Havas, Agência Brasileira, United Press. Foi, também, diretor de sucursal, no Rio, do "Jornal de Minas", fundado e orientado por Virgílio de Mello Franco e Afonso Arinos.

Entre seus escritos, dessa época, apareceu na "Revista Nova", um conto: "Viagem a Nápoles" (1931).

Recomeçou a frequentar os amigos de antes e caiu na roda-viva com a turma de Múcio Leão e Eneida.

Conviveu muito com Germaninha Bittencourt, que se casara com o poeta argentino Pedro Juan Viñale e, doente, veio acabar seus dias no Brasil.

carta de Pedro Juan Vignale - pág.01 - pág.02

Cícero Dias andava sempre no Rio. Gilberto Freyre aparecia de vez em quando. Os amigos de São Paulo, idem, especialmente Couto de Barros.

Foi o tempo dos grandes carnavais, o tempo dos cassinos, o tempo do Lido, o tempo da Praia de Copacabana.

Em 32, Sérgio estava no Rio na turma dos boatos e da torcida revolucionária. Acabou preso, soltando vivas a São Paulo, em pleno Mangue, no meio de um grupo de onde constavam Octavio Tarquinio de Sousa, Tristão da Cunha, Ribeiro Couto, todos comboiando o escritor francês Luc Durtain.

Nos anos seguintes, durante a Assembléia Constituinte, a bancada paulista mantinha um escritório na Av. Rio Branco. O secretário era Antonio de Alcântara Machado. Trabalhavam lá também, Chico Barbosa e Hélio Silva. Chico que, apesar da diferença de idade, viria a ser o grande amigo, amigo fraternal de Sérgio, para o resto da vida

cartão postal de Francisco de Assis Barbosa a Sérgio Buarque de Holanda - frente - verso

Em 1935, Sérgio publicou na revista "Espelho", um longo estudo: "Corpo e Alma do Brasil". Era o anúncio de seu primeiro livro, "Raízes do Brasil", editado ano e meio mais tarde.

1936 Prudente, nomeado diretor da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade do Distrito Federal, convida Sérgio para assistente do Prof. Henri Hauser, na cadeira de História Moderna e Econômica, e assistente do professor Tronchon, na cadeira de Literatura Comparada.

Colabora em "Em Memória de Antonio Alcântara Machado".

Colabora no volume em homenagem aos 50 anos de Manuel Bandeira.

Publica "Raízes do Brasil", inaugurando a série "Documentos Brasileiros", dirigida por Gilberto Freyre, da Editora José Olympio

recibo de Sérgio Buarque de Holanda a José Olympio Pereira Filho, direitos autorais da 1ª edição de Raízes do Brasil

Casa-se, tendo como padrinhos Inah e Prudente no religioso e Graciema e Rodrigo no civil.

certidão de casamento de Sérgio Buarque de Holanda e Maria Amélia

1937 Continua na Universidade e, após a partida dos professores franceses, assume as cadeiras de História da América e de Cultura Luso-brasileira.

Convidado por Gustavo Capanema, faz parte da Comissão de Teatro do Ministério da Educação.

nomeação de Sérgio Buarque de Holanda, como membro da Comissão

Transfere-se da United para a Associates Press, como redator-chefe.

Todo esse ano reside num apartamento no Leme, comecinho da Rua Copacabana. Lá, quem aparecia sempre era Manuel Bandeira: Mme Blank, seu grande amor, morava no quinto andar. José Olympio e Vera habitavam o mesmo edifício. E a convivência com os outros amigos estabeleceu-se intensa. Eram sempre Prudente e Rodrigo. Era Afonsinho com Anah. Era Múcio Leão, Portinari, Vinícius... Ponto de conversa certo, na rua, ficou sendo a livraria José Olympio, na Ouvidor. Eram "os do norte que vêem": Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Luís Jardim, Raquel de Queiroz...

A 30 de novembro nasceu Miúcha.

1938 Passa a morar numa casa na Av. Atlântica, em frente ao antigo Posto 1, no Leme. Casa simples, sem luxo, mas dando para o mar, com duas varandas, uma em cima outra em baixo, tomando toda a frente. Lindo!

Nessa época, Mário de Andrade, contratado pela Universidade do Rio, aparecia sempre. Outro, com quem Sérgio ligou-se muito, igualmente professor na Universidade, foi o mineiro Luís Camilo de Oliveira Neto. Raul Bopp, companheiro antigo, transformado em diplomata, também baixou, cumprindo uma temporada brasileira.

carta de Raul Bopp

1939 Extinta a Universidade do Distrito Federal, Sérgio passa para o Instituto do Livro, recém-fundado no Ministério da Educação, a convite de seu diretor, Augusto Meyer, assumindo a Seção de Publicações. Esse gaúcho tinha chegado, pouco antes, do Sul e foi incorporado à turma de amigos. No Instituto, trabalhavam, entre outros, Mário de Andrade, Américo Facó, Liberato Soares Pinto, Chico Barbosa, Eneida e José Honório Rodrigues, Souza da Silveira e Manuel Said Ali.

Sérgio desliga-se da Associates Press.

Prefaciou "Suspiros Poéticos e Saudades" de G. de Magalhães, edição do Ministério da Educação.

Começa a Guerra.

SUMÁRIO
CAPÍTULOS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18