A
importância das edições críticas
A
riqueza de material disponível sobre a obra de Sérgio
Buarque no arquivo da Unicamp é tanta, que a tentação
é grande de se realizarem edições críticas
de seus livros. E maior ainda no caso de “Raízes
do Brasil”, que da primeira à segunda edição
sofreu importantes alterações e teve o estilo
muito depurado. As edições críticas são
importante fonte de pesquisa e, no caso de Sérgio Buarque,
em muito contribuiriam nos polêmicos debates. O economista
Fernando Novais, que foi amigo de Sérgio Buarque, esteve
à frente de um projeto da Unesco, para publicação
da edição crítica de “Raízes”
pela coleção Archives, que não se concretizou.
—
De fato, a publicação de uma edição
crítica desse livro urge, devido às modificações
nas diferentes edições — diz o professor
de literatura Pedro Meira Monteiro, que, além do livro
com as cartas trocadas entre Sérgio Buarque e Mario de
Andrade, organiza outro livro, para celebrar o centenário,
com artigos de pesquisadores de variadas gerações,
a ser publicado em 2003 pela editora da Unicamp.
A
primeira edição de “Raízes” é
a única a ter introdução de Gilberto Freyre,
que publicou o livro na coleção Documentos Brasileiros,
da José Olympio. No texto, nunca reimpresso, Freyre diz
que “o escritor paulista é uma daquelas inteligências
brasileiras que melhor exprimem não só o desejo
como a capacidade de analisar, o gosto de interpretar, a alegria
intelectual de esclarecer”. O autor de “Casa-grande
e senzala” e Sérgio Buarque, ao longo da vida, não
mais se reaproximariam.
No
dia de seu aniversário, a prefeitura de São Paulo
anunciou que a casa onde ele viveu com a família, na
Rua Buri, em Pacaembu, será transformada na Discoteca
da Música Brasileira, para pesquisa e consulta, com acervo
que pode chegar a 70 mil CDs. A pesquisa folclórica de
Mario de Andrade integrará a coleção. (
RB )
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Andrade
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FONTE:
O Globo On Line - Segundo
Caderno - 13/07/2002
-
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