#AcervodaPesquisa


#AcervodaPesquisa é uma série de publicações com foco nas pesquisas realizadas na Unicamp em diversas áreas do conhecimento e em diferentes momentos da história da instituição. O acervo de reportagens, clippings e fotos do AC/SIARQ ajuda a contar quase seis décadas de importantes investigações em ciências básicas  e aplicadas. Nesta seção estão algumas publicações selecionadas entre 24 unidades de ensino e pesquisa e 21 centros e núcleos da Universidade.


indigenas1kaporDia dos Povos Indígenas

Diversas pesquisas sobre povos originários já foram realizadas pela comunidade acadêmica da Unicamp. Neste Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, destacamos um dos trabalhos do antropólogo Etienne Samain, realizado no início da década de 1980. Atualmente aposentado, o professor, de nacionalidade belga, percorreu um longo trajeto de ônibus, barco e caminhada de 50 Km na mata, em direção a aldeia Ka’apor. Ali, ao passar seis meses no local, ao observar hábitos sociais e manifestações culturais, fez um inédito trabalho de documentação musicográfica da comunidade. A preservação de mais de 40 canções que captou também estava no seu escopo, uma vez que havia poucos estudos sobre os Ka’apor na época. Com apoio da Ford Foundation, o principal objetivo do trabalho, realizado entre 1981 e 1982, foi aprofundar e ampliar pesquisas específicas sobre a mitologia dos índios remanescentes de língua Tupi. Em entrevista ao Jornal da Unicamp (ed. 17), o antropólogo destacou o desafio de interpretar cerca de trinta diferentes mitos levantados em seu trabalho de campo, segundo ele, instrumento fundamental para o conhecimento mais específico de uma sociedade indígena. 

Os Ka'apor vivem no norte do Maranhão. Suas terras fazem limite, ao norte, com o rio Gurupi; ao sul, com os afluentes meridionais do rio Turiaçu; a oeste, com o Igarapé do Milho; a leste, com uma linha no sentido noroeste-sudeste quase paralela à rodovia BR-316.

 


niédeguidonHomenagem à Niède Guidon

O Brasil possui muitos sítios arqueológicos que colaboram para o conhecimento sobre as migrações e história do homem. Esses estudos e preservação têm a participação de pesquisadores, como da arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon.
 
Niède estudou História Natural na USP e se especializou em arqueologia pré-histórica pela Universidade de Sorbonne, em Paris. Na década de 1960, atuou como pesquisadora no Museu do Ipiranga. Também trabalhou no Piauí, onde investigava antigas rochas. A partir da análise de registros de presença humana pré-histórica, a equipe liderada por Guidon encontrou evidências de que o povoamento da América pode ser muito mais antigo do que se supõe.
 
Fora do Brasil, em 1973 integrou a Missão Arqueológica Franco-Brasileira, apoiada pelo governo francês, e coordenou a missão na Serra da Capivara (Piauí), com colaboração de pesquisadores da USP, descobrindo inicialmente 55 sítios arqueológicos. A missão foi ampliada e culminou, seis anos depois, na criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, território com o maior número de sítios arqueológicos do continente. Atualmente aposentada, Guidon dirigiu a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), e já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais.
Em 1987, a edição de novembro do Jornal da Unicamp apresentou um artigo sobre a descoberta de Niède a partir das escavações: a passagem do homem pela América seria de quase 40 mil anos atrás, portanto bem mais antigo do que abordava a comunidade científica. O texto apresenta parte da dinâmica das pesquisas lideradas por Niède. Fósseis, pinturas rupestres e descoberta de novos sítios a instigavam cada vez mais. Na época, o Centro de Comunicação da Unicamp (CCO) produziu fotos e vídeos sobre as pesquisas da equipe, incluindo uso de uma câmera remota comandada à distância. A reportagem também aborda a preservação do acervo e o projeto social realizados pela Fundação Museu do Homem Americano, dirigida por Niède região, da qual atualmente é presidente emérita. No dia 12 de março de 2023, a cientista completou 90 anos. 

AP Funari QuilomboQuilombos dos Palmares era multiétnico

No contexto da Semana da Consciência Negra, destacamos hoje um trabalho de pesquisa, conduzido em meados da década de 1990 pelo professor Pedro Paulo Funari, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Trata-se de investigações arqueológicas no Quilombo dos Palmares, mais conhecido núcleo de resistência negra à escravidão, em uma área localizada no estado de Alagoas, na divisa com Pernambuco. As escavações nos 14 sítios arqueológicos do espaço permitiram coletar quase 2500 artefatos, mesmo após a destruição do Quilombo, em 1694.

A cerâmica descoberta, por exemplo, evidenciava materiais provenientes de indígenas e brancos que viviam na costa brasileira, o que indica o constante contato dos quilombolas com outros povos e que resultou em uma sociedade quilombola mesclada. De acordo com Funari, o mesmo poderia ser dito com relação à religião que, mesmo africana, teria influências do catolicismo, com base em vestígios materiais. A pesquisa, que contou com a participação de intelectuais do movimento negro, foi uma das pioneiras no Brasil na área de arqueologia dos quilombos.

20 de novembro marca a data da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, morto em combate em 1695. O Dia da Consciência Negra, lei federal desde 2011, convoca a todos para refletir, celebrar, se manifestar pelo respeito à diversidade étnico-racial. De acordo com estudo realizado em 2019 pela Base de Informações Geográficas e Estatísticas sobre os Indígenas e Quilombolas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a estimativa é que existam 5972 localidades quilombolas no país, dado sujeito a alterações conforme o próximo Censo.


arte insta independencia200 anos de Independência

No contexto de 200 anos da Independência do Brasil, publicamos um caderno especial sobre o tema, publicado no jornal Correio Popular em setembro de 1995.

Três professores da Unicamp - Carlos Berriel, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL); Wilson Cano, do Instituto de Economia (IE), e José Ellis Ripper Filho, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) - foram convidados pela editoria do “Caderno C Almanaque” para aprofundar o debate sobre a soberania e autonomia brasileira, sob o ponto de vista da literatura, economia e tecnologia. “Independência” foi o tema que abriu a série de um espaço mensal de debates no jornal. 

Em meados dos anos 90, inseridos no processo de abertura econômica do país, Ripper expressava a necessidade de priorizar o desenvolvimento tecnológico do país, por se tratar de uma questão de estratégia e segurança nacional. Reforçava os investimentos em ciência e tecnologia, assim como a chegada dos conhecimentos gerados ao processo produtivo.

No contexto de formação de identidade, Berriel abordou a necessidade de uma originalidade temática literária. Em seu artigo argumenta que, mesmo em um cenário de Brasil independente, a literatura não poderia ser oprimida enquanto produção: “escritores brasileiros deveriam abandonar temas, ambientes e estilos que tinham dado certo na Europa e descobrir a cor local do país, linguagens e estilo matizados pela nossa experiência coletiva”.

Naquele momento, Cano, por sua vez, fez uma breve recuperação histórica da economia brasileira pós-colonial e, como ponto central, criticou a condução do neoliberalismo, que viria a “enfraquecer a capacidade política de planejar nosso destino econômico e social”.

O caderno ainda trouxe relatos dos últimos momentos de Dom Pedro I na Corte, a partir de notícias publicadas na época, expressos no texto do editor Roberto do Valle.


AP CançõesChicoBuarqueA mulher nas canções de Chico Buarque

Em junho de 2022, Chico Buarque anunciou sua volta aos palcos com a turnê “Que tal um samba?”. A temporada de shows em 11 cidades do Brasil, anunciada em pouco tempo, já está com ingressos quase esgotados. Ao voltarmos no tempo, duas coincidências: em julho de 1988, o cantor e compositor também retomava suas apresentações ao público, após uma pausa de 15 anos. Foi no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp que o cantor retornou, com o show “Francisco”. No mesmo mês, a pesquisadora Adélia Bezerra de Meneses, do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), apresentava em um congresso brasileiro sua mais recente pesquisa “A figuração do feminino nas canções de Chico Buarque”. O estudo, desenvolvido em sua tese de doutorado, também virou livro, editado pela Ateliê Editorial. A edição 22 do Jornal da Unicamp abordou o trabalho de Adélia, dias antes da presença do cantor na Universidade.

De acordo com  Adélia, Chico Buarque é um dos poetas que exprimem de maneira mais sensível a essência da mulher. Na obra, a autora estuda suas letras usando uma abordagem psicanalítica e sociológica. Por meio de seus poemas, o compositor revela a evolução social do papel feminino. Vale a leitura, contemporânea mesmo após quase 35 anos.


economia do trabalho APCriação do Cesit

Em alusão ao Dia do Trabalhador, o Acervo da Pesquisa a criação do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho, o Cesit, vinculado ao Instituto de Economia da Unicamp. Em 1989, conforme a reportagem da edição nº 30 do Jornal da Unicamp, a criação do centro de pesquisa estabelecia como prioritários os estudos sobre mercado do trabalho, relações de trabalho, sindicalismo, inovação tecnológica e políticas sociais. O início das atividades acontecia em um período de crise econômica, política e institucional do Brasil, porém em uma fase de “democratização brasileira e novas relações de trabalho em ambientes públicos e privados”, de acordo com o depoimento do professor Claudio Deddeca ao jornal.

Com pesquisadores de diversas áreas, como economia, história, sociologia, educação e direito, o grupo vem promovendo vínculos entre a Universidade e o meio sindical e outras instituições de pesquisa. O Cesit, cujo trabalho busca ser participativo e integrar academia e mundo do trabalho, conta com representantes do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em seu Conselho de direção. 

 


arte CarrodoFuturo“Como será o carro do futuro?”

Um automóvel que iria além de designs inteligentes e potência superior, privilegiando a segurança e o meio ambiente. Essa foi a projeção de pesquisadores do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, no início da década de 1990, em relação aos carros disponíveis no mercado dali a duas décadas, ao supor uma revolução gradativa no setor. A pesquisa teve foco na evolução do mercado de autopeças para o setor automobilístico. Visitas técnicas a indústrias e montadoras respaldaram o estudo do grupo, que analisou, de forma abrangente, fontes alternativas de energia, avanços tecnológicos, legislação ambiental, evolução dos espaços urbanos, políticas governamentais e distribuição de renda da população.

Pouco mais de 30 anos depois, o #AcervodaPesquisa de hoje divulga uma reportagem sobre o tema, publicada na edição 57 do Jornal da Unicamp, de julho de 1991.

 

 


AC HDTVPaís se prepara para a chegada da HDTV 

“Uma nova revolução dentro dos lares brasileiros se aproxima. A televisão, vedete dos meios de comunicação de massa, passará por uma grande transformação estética e técnica”. Assim começava a reportagem da edição 117 do Jornal da Unicamp, em dezembro de 1996, ao destacar o trabalho de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) em indicar o que seria um modelo padrão da então esperada HDTV (High Definition Television) para o Brasil. Um dos estudos foi a dissertação de mestrado do peruano Guillermo Vásquez, orientado pelo professor Yuzo Iano, que analisou técnicas de compressão, codificação e modulação de sinais de áudio e vídeo, completamente diferentes de uma transmissão até então analógica.

Criada nos Estados Unidos, foi o primeiro formato de TV que surgiu a partir de transmissões digitais. No Brasil, embora a Unicamp esperasse a chegada da HDTV em fins dos anos 1990, ela passou a ser adotada em medos dos anos 2000. Lojas passaram a vender aparelhos de tela fina e deixaram de lado os televisores “de tubo”. As imagens também passaram a ter maior resolução (no mínimo 1280 × 720 pixels), e desenvolvida próxima de padrões cinematográficos. A ampliação no número de canais disponíveis ao público também foi uma das vantagens previstas pelos pesquisadores da Unicamp. Há quase trinta anos, as telecomunicações davam, portanto, os primeiros passos em relação aos avanços tecnológicos de hoje no setor, como por exemplo a TV 8K e uso de inteligência artificial.


Mulher NotíciasPesquisas sobre mulheres pautam imprensa da Unicamp

Desde a década de 1980, a Unicamp registra, por meio da edição de jornais, vídeos e periódicos, pesquisas em várias áreas do conhecimento, com linguagem acessível e voltada ao público em geral. Estudos sobre a mulher pautaram e seguem pautando a imprensa. Nesta publicação, destacamos alguns títulos de notícias do Jornal da Unicamp, ao longo da história da Universidade. Referências na arte e na ciência, feminismo, gênero, violência, saúde, sexualidade e políticas públicas são alguns dos temas abordados nas reportagens, que retratam mudanças e rupturas culturais na sociedade nas últimas décadas. As edições fazem parte de nosso acervo histórico, Fundo Ascom.

 

 

 

 


AC Modernismo mostra"Nos camarins da Semana de 22"

A fim de destacar os setenta anos da Semana de Arte Moderna, o Jornal da Unicamp divulgava, em 1992, a pesquisa desenvolvida no doutorado de Carlos Eduardo Berriel. Naquele momento, Berriel, vinculado ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), buscava entender as origens do movimento modernista. O estudo apresenta o historiador, ensaísta e aristocrata Paulo Prado como idealizador e articulador intelectual do movimento realizado em fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. A partir de sua influência entre setores tradicionais do estado de SP, conseguiu atuar como agente de ligação e apoio aos jovens modernistas, como Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Villa Lobos. Berriel, ao longo da pesquisa, se aprofundou na vida e obra de Paulo Prado, especialmente a partir da transição do regime político do Brasil, de monarquia à república. Prado, no século XIX, já indicava a importância de rupturas com tradições europeias e transformações culturais no país. A reportagem está na edição 64 do Jornal da Unicamp e faz parte do acervo histórico do AC/SIARQ. 

Em 2000, Carlos Berriel publicou a obra “Tietê, Tejo, Sena: a obra de Paulo Prado”, ampliada treze anos depois pela Editora da Unicamp, em que apresenta o exportador mundial de café como grande influenciador do modernismo. O livro estimula a reflexão sobre o modernismo não apenas em sua dimensão de ruptura estética, mas também social e político, inserido em um projeto de hegemonia paulista.


Arte fotografia"Novo olhar sobre a fotografia"

Quando a fotografia vai além da impressão de um fragmento da realidade em um suporte de papel e assume o conceito de imagem mental do mundo, uma forma de olhar, de pensar, de representar o mundo. Essas questões sempre estiveram no escopo das pesquisas do antropólogo Etienne Samain, professor de pós-graduação em Multimeios do Instituto de Artes (IA) da Unicamp.

Em maio de 1998, a edição 131 do Jornal da Unicamp publicou uma reportagem sobre o lançamento do livro organizado por Etienne, com 26 artigos de pesquisadores brasileiros e europeus. “O Fotográfico”, com 367 páginas de ensaios reflexivos e 125 imagens, chegava às livrarias do país com o objetivo de ampliar a literatura nacional na área de crítica de fotografia.

 

 

 


marinhas"Novas espécies marinhas"

Em julho de 1998, a edição 133 do Jornal da Unicamp noticiava a elaboração de um guia de animais das praias e de um livro sobre ecologia do litoral norte paulista. Seria o resultado de um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, da USP e da Unesp, sob coordenação da oceanógrafa Ana Cecília Amaral.

O levantamento, que foi parte do programa “Fauna na Praia”, levou quatro anos e teve o objetivo de identificar a distribuição e composição da macrofauna na região, a partir de percurso em 64 praias. Foram identificadas, até aquele momento, 200 espécies marinhas, sendo algumas delas descritas de forma inédita nas publicações científicas. A proposta das publicações é orientar os órgãos responsáveis pela preservação das praias, além de contribuir com a educação ambiental da população e dos turistas.

 

 

 


Acervo da Pesquisa Arte Circense"Vida circense inspira tese"

Foi no Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) que a pesquisadora Erminia Rodrigues defendeu, em 1986, sua dissertação sobre a arte circense entre gerações. A proposta foi resgatar o saber presente na construção do circo no Brasil, que até o século XIX, era constituído basicamente por famílias vindas do exterior. Essas famílias fincaram raízes no país e suas histórias passaram a se entrelaçar com artistas brasileiros, dando origem a uma nova geração circense, com novas linguagens, formas de socialização e aquisição de conhecimentos. Erminia, que é de origem circense, participou da reportagem feita pelo Jornal da Unicamp, edição 110. Ela revisitou os processos de trabalho e de transmissão de saberes dentro dos circos-família, definidos por ela como “uma escola única e permanente”.

 

 

 

 


ac rochas arte"Descoberta de rochas de mais de três bilhões de anos"

Em 2002, um grupo de professores e alunos de Geologia do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp divulgava a descoberta de rochas com mais de três bilhões de anos nas cidades baianas de Uauá, Santa Luz e Retirolândia, após mais de um ano de estudos. Quem relatou a experiência ao Jornal da Unicamp, edição 178, foi o professor Elson Paiva de Oliveira, que coordenou o mapeamento geológico de uma das regiões mais antigas do Brasil. 

Para os geólogos, localizar núcleos antigos de continentes e assoalhos oceânicos é um grande desafio, pois essas pesquisas ajudam a compreender como era o planeta Terra nos primeiros anos de sua existência. A pesquisa do grupo foi submetida a revistas internacionais e utilizada para fins educativos.

 

 

 


AC Mônica"Turma da Mônica nas salas de aula"

Mônica, Cebolinha, Pelezinho, e outros personagens da Turma da Mônica, conhecida por todas as gerações, entraram nas aulas de ensino fundamental de algumas escolas durante uma pesquisa da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp. A proposta, divulgada no Jornal da Unicamp, edição 59, de setembro de 1991, foi entender como agentes culturais, como as histórias em quadrinhos influenciavam as crianças na formação dos conceitos de esporte, jogo, lazer e brincadeiras. 

No lugar das aulas convencionais de educação física, os estudantes pesquisaram e discutiram diversas tirinhas de Maurício de Souza, sob o ponto de vista lúdico e de leitura crítica da realidade. Desenvolveram cenários e alguns diálogos e dramatizações com base nos conteúdos dos gibis. Orientada pelo professor Lino Castellani, a pesquisadora Gílian Carraro escolheu a Turma da Mônica para sua monografia de especialização, por conta da semelhança com contextos brasileiros sociais, econômicos e geográficos, além da popularidade dos desenhos, desde a primeira infância. Questões como gênero nas práticas esportivas e ascensão social por meio do esporte foram abordadas nas salas de aula. Os quadrinhos, de acordo com a pesquisa, podem ser um instrumento didático criativo para que os professores ampliem suas ações educativas.

 


arte chuveiro"FEM desenvolve chuveiro econômico"

Em abril de 1994, a edição 88 do Jornal da Unicamp trazia uma reportagem sobre o desenvolvimento de um chuveiro mais econômico do que os já existentes no mercado. Por meio de uma parceria com a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), pesquisadores da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) testaram um equipamento de 1.650 Watts/hora que, combinado com um sistema de aquecimento solar, gerava até 80% menos de gasto energético no período de um ano. A entrevista foi concedida por Gilberto Jannuzzi, professor do Departamento de Planejamento Energético da FEM e coordenador do projeto. Naquele momento, finalizadas as investigações em laboratório, a CPFL passaria à fase de testes de desempenho e aceitação entre os usuários, iniciando com seis residências em Campinas. O chuveiro era, na ocasião da pesquisa, o equipamento doméstico que mais consumia energia nas casas, daí o interesse em apostar naquela tecnologia desenvolvida em âmbito acadêmico para uma produção em larga escala.

 

 

 


AC Miopia"Os índices de cura da miopia"

Esta é uma reportagem da área de saúde, da edição número 3 do Jornal da Unicamp. Em outubro de 1986, especialistas do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas comemoravam resultados de um estudo pioneiro sobre cura da miopia após procedimentos cirúrgicos: 90% dos cinquenta pacientes operados não precisaram mais usar óculos. Pessoas da Universidade, com índices altos, médios e baixos de miopia, participaram da pesquisa, que envolveu também acompanhamento pós-operatório. A experiência foi relatada na reportagem pelo professor Newton Kara José, então chefe do Departamento.

 

 

 

 

 

imagem pesquisa Gripe Espanhola


 “São Paulo, 1918: a capital do inferno – Gripe Espanhola”

Pesquisadores da Unicamp estudam grandes enfermidades da história mundial. Uma delas foi a  gripe espanhola, que matou quase cinco mil pessoas só na cidade de São Paulo, em 1918. Em todo o Brasil, foram 35 mil mortes.

Em 2004, a Editora da Unicamp lançou o livro “Influenza, medicina enferma”, da pesquisadora Liane Bertucci, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). A obra, que foi resultado da tese de doutorado da historiadora, aborda questões muito contemporâneas: a divergência científica quanto aos possíveis tratamentos, a solidão dos isolamentos, a distorção das informações pelas autoridades e impactos da doença na capital paulista.

A matéria completa sobre o tema está no Jornal da Unicamp (JU), edição 252, de maio de 2004, que integra o acervo do AC/SIARQ.


arte pesquisabrinquedos

“Projeto combina brinquedos com computadores”

Este é um trabalho publicado no Jornal da Unicamp de fevereiro de 1990. A parceria do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) com uma importante fábrica de brinquedos resultou em um projeto que conectava blocos de plástico ao uso do computador, a partir de uma interface eletrônica. O objetivo era a aprendizagem de raciocínio lógico e matemática de forma criativa e com o suporte da tecnologia. Nessa época, o microcomputador chegava às escolas de ensino fundamental. O Nied foi criado em 1983 e desde os seus primórdios realiza pesquisas interdisciplinares.


 

 


AcervodaPesquisaFCMAids

“FCM aprimora testes para detecção da AIDS”

No contexto de pandemia, apresentamos uma reportagem do Jornal da Unicamp de abril de 1987. Um grupo de alunos e professores da disciplina de Moléstias Infecciosas, ministrada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM), buscava aprimorar os testes de AIDS, além de reduzir custos dos exames. O contexto também era de pandemia mundial: a população infectada pelo vírus crescia em números alarmantes. Nossa universidade, aliás, foi pioneira em diagnosticar o primeiro caso de AIDS no Brasil, em 1982, quando pouco se sabia ainda sobre a doença. 

Notícias como essa mostram o papel da universidade pública no desenvolvimento de pesquisas em saúde pública. Mais de 30 anos depois, enfrentamos a pandemia de Covid-19. Além de orientações e atendimentos nos hospitais universitários, a universidade volta seus centros de pesquisa para o desenvolvimento de testes rápidos de coronavírus e diversos estudos correlatos. 

arte acervodapesquisa laser


“Laser em cirurgia cardiovascular”

Neste post fazemos referência ao Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) e destacamos um exemplo de iniciativa de pesquisa aplicada à medicina. Foi em meados dos anos 70 que físicos como Sérgio Porto e Rogério Cézar Cerqueira Leite começaram a estudar o laser em tratamentos de saúde.

Em 1977, foi realizado o primeiro implante de tímpano, com auxílio de laser de argônio, por meio de tecnologia desenvolvida da Unicamp. O procedimento é considerado mundialmente pioneiro.

Nesta matéria publicada pelo jornal “Folha de São Paulo” em 15 de setembro de 1986, a novidade é a aplicação da tecnologia para cirurgias cardiovasculares, especialmente em casos para desobstrução de artérias. A pesquisa específica foi desenvolvida por Dimitrios Bozanis, entrevistado na reportagem. Por meio de parceria com a universidade, o Instituto de Coração de São Paulo iniciava todos testes.

 

 


AcervodaPesquisa Feagri“Pesquisa‌ ‌resulta‌ ‌em‌ ‌semeadeira‌ ‌nacional”‌ ‌

Este‌ ‌trabalho‌ ‌da‌ ‌Faculdade‌ ‌de‌ ‌Engenharia‌ ‌Agrícola‌ ‌da‌ ‌Unicamp‌ ‌(Feagri)‌ ‌foca‌ ‌no‌ desenvolvimento‌ ‌de‌ ‌uma‌ ‌semeadeira‌ ‌especial‌ ‌para‌ ‌plantio‌ ‌de‌ ‌hortaliças.‌ ‌O‌ ‌fim‌ ‌dos‌ ‌anos‌ ‌80‌ ‌era‌ época‌ ‌em‌ ‌que‌ ‌o‌ ‌Brasil‌ ‌entrava‌ ‌na‌ ‌mecanização‌ ‌dessa‌ ‌modalidade‌ ‌de‌ ‌agricultura.‌ ‌As‌ ‌sementes‌ ‌peletizadas,‌ ‌isto‌ ‌é,‌ ‌com‌ ‌uma‌ ‌espécie‌ ‌de‌ ‌revestimento‌ ‌com‌ ‌material‌ ‌seco‌ ‌e‌ ‌rígido,‌ ‌para‌ ‌aumentá-las‌ ‌de‌ ‌tamanho‌ ‌e‌ ‌sem‌ ‌deformações,‌ ‌eram‌ ‌fundamentais‌ ‌para‌ ‌o‌ ‌processo.‌ ‌

A‌ ‌pesquisa‌ ‌da‌ ‌Unicamp‌ ‌foi‌ ‌contemplada‌ ‌com‌ ‌o‌ ‌"Prêmio‌ ‌Governador‌ ‌de‌ ‌Estado",‌ ‌recebido‌ ‌pelo‌ ‌professor‌ ‌Wladimir‌ ‌Pereira‌ ‌Gordo.‌ ‌Com‌ ‌sua‌ ‌equipe,‌ ‌ele‌ ‌desenvolveu‌ ‌uma‌ ‌semeadeira‌ totalmente‌ ‌brasileira,‌ ‌com‌ ‌custo‌ ‌menor‌ ‌em‌ ‌relação‌ ‌às‌ ‌importadas.‌ ‌Redução‌ ‌de‌ ‌perdas‌ ‌de‌ sementes‌ ‌e‌ ‌aumento‌ ‌da‌ ‌eficiência‌ ‌do‌ ‌cultivo‌ ‌foram‌ ‌alguns‌ ‌resultados‌ ‌obtidos.‌ ‌

Veja‌ ‌a‌ ‌reportagem‌ ‌que‌ ‌o‌ ‌Jornal‌ ‌da‌ ‌Unicamp‌ ‌publicou‌ ‌em‌ ‌setembro‌ ‌de‌ ‌1988.‌

 

 


AcervodaPesquisaMEC“Garantindo a merenda e o livro didático”


Há mais de 20 anos, pesquisas do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) norteiam ações nacionais em programas de educação. Pesquisadores analisaram, por exemplo, o Livro Didático, Alimentação Escolar e o Programa “Dinheiro Direto na Escola”, em diversas revisões do país, avaliando não apenas o repasse mas a aplicação dos recursos vindos do Ministério da Educação (MEC). O professor José Roberto Rus Perez coordenou a pesquisa. A reportagem do “Jornal da Unicamp é de setembro de 2000.

 

 

 

 

 

 


AcervodaPesquisa Cinema

“Cinema nacional vai ganhar enciclopédia”

"Enciclopédia do Cinema Brasileiro" é uma das principais obras de referência sobre a produção cinematográfica nacional. Tem sido vendida com constantes atualizações de edição ao longo do tempo, desde que foi lançada em 2000.

A história desse livro parte da pesquisa coordenada por Fernão Ramos, professor do Instituto de Artes (IA) e autor da obra. Em 1996, o Jornal da Unicamp fez uma reportagem sobre o assunto. O texto conta mais sobre o processo de produção do livro, realizado em parceria com o pesquisador Luiz Felipe Miranda. Os diversos ciclos do cinema ao longo da história, produtoras, diretores, músicas, instituições, roteiros, gêneros, entre outros, foram levantados e contados de forma didática, com verbetes e fotos.

 

 


"Pagu inspira criação de núcleo de estudos de gênero"

O ano de institucionalização do Pagu (Núcleo de Estudos de Gênero) da Unicamp foi  1993. Há 28 anos, a edição de setembro do “Jornal da Unicamp” falava sobre o centro de pesquisa, hoje subordinado à Cocen (Coordenadoria de Centros e Núcleos da Unicamp). O núcleo foi batizado de “Pagu” em homenagem à Patrícia Galvão, jornalista, escritora, feminista, militante e uma das mulheres mais ativas no movimento modernista nos anos 20 e 30 do século passado no Brasil. 

A formação do Pagu foi resultado do trabalho de pesquisadoras inseridas em campos disciplinares distintos para estudos sobre relações familiares, gênero e feminismo. A fim de disseminar o conhecimento produzido, o Núcleo promove seminários, eventos e três publicações periódicas. Uma delas é o foco desta reportagem. Trata-se dos “cadernos pagu”, que estavam sendo lançados na ocasião. Com artigos nacionais e internacionais, abordam experiências femininas em diversos campos, como gênero e sexualidade. Hoje “cadernos pagu” é uma revista online, de acesso aberto e gratuito. Aborda pesquisas em Antropologia, Sociologia, História, Ciência Política, Letras e Linguística, História da Ciência, Educação, Direito, Psicologia, Comunicação, Saúde Coletiva e Serviço Social. 

 


Cafundó arte

“Pesquisa antropológica na comunidade Cafundó”

No fim dos anos 1970, “Cafundó, comunidade rural negra no município de Salto de Pirapora, interior de São Paulo, chamou a atenção da mídia e também do reitor da Unicamp, Zeferino Vaz. O grupo, de aproximadamente 90 descendentes de escravos, mantinha viva muitas tradições culturais africanas. A sugestão de pesquisar a comunidade chegou ao linguista Carlos Vogt, professor do Instituto de Estudos de Linguagem (IEL) que, em parceria com o antropólogo Peter Fry  - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - (IFCH), Robert Slenes (IFCH) e Maurizio Gnerre (IEL), passou a visitar o local e aprofundar os estudos sobre a comunidade a partir de 1978. 

A comunidade “Cafundó”, dividida em duas parentelas, vivia da agricultura em uma área de quase oito alqueires. Conforme relatos da comunidade, as terras foram doadas a dois escravos, ancestrais de seus habitantes, pelo antigo proprietário, ainda no século XIX. Mas o que mais despertou a atenção dos pesquisadores foi o aspecto linguístico: a comunidade ainda mantinha no vocabulário cerca de 200 palavras herdadas dos antepassados. Além da língua portuguesa, usavam a língua africana, a “cupópia”. A longa investigação uniu antropologia, linguística, sociologia e cultura. De acordo com Vogt, em umas das entrevistas sobre a experiência vivida, historicamente vocabulários semelhantes ao do Cafundó foram diluídos na sociedade, mas, neste caso, “a cupópia permaneceu, o que torna a comunidade um caso singular no Brasil”. A presença dos pesquisadores também se tornou ação extensionista: trouxeram contribuições para as condições de moradia, instalação de luz elétrica e aquisição de máquinas de plantio. O projeto culminou em artigos, no filme “Cafundó”, dirigido por Joel Yamage, e na obra “Turi Vimba – Cafundó: A África no Brasil”, lançada pela Editora da Unicamp (Turi Vimba, em cupópia, significa “uma terra de negro”).

Na imagem, estão duas fotografias de “Cafundó”, que são parte do acervo histórico e documental do AC/SIARQ, além da capa do livro, cuja segunda edição foi lançada em 2014.