No dia 10 de dezembro, na Livraria da Vila (Fradique Coutinho), acontece o lançamento da obra “Cesar Lattes – uma vida: Visões do infinito”, pela Editora Record. Os autores Tato Coutinho e Marta Goés se debruçaram em diversas fontes de pesquisa em busca de depoimentos, cartas, fotografias e documentos inéditos. O AC/SIARQ, instituição que salvaguarda o acervo documental do físico, foi um dos locais onde os escritores realizaram pesquisas. O resultado, enfim, chega ao mercado editorial. Apresenta Cesar Lattes desde sua infância em Curitiba-PR, pesquisas realizadas ainda muito jovem, formação acadêmica, estudos em todo o mundo e ampla dedicação à política científica brasileira. Aspectos de sua vida pessoal e episódios divertidos também estão no escopo da biografia, que também é composta por um caderno de imagens com fotos raras.
Entre os dias 12 e 14 de novembro a comunidade universitária comemora os 50 anos do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (PPGCP IFCH Unicamp) com seminário multidisciplinar. Reflexões sobre a trajetória de cinco décadas, experiências de pesquisa e a inserção na ciência política brasileira e internacional estão entre as propostas do evento.
Criado como mestrado em 1974 e, em 2005, ampliado para o doutorado, o programa é um dos mais tradicionais do país. Essa história vai, em breve, ganhar uma publicação específica em formato de Atlas. As pesquisas sobre antigas ementas do curso, assim como documentos de docentes em relação a disciplinas, projetos e orientações foram feitas no acervo do AC/SIARQ pela pesquisadora do IFCH, Celly Cook Inatomi. Os primeiros resultados do levantamento também serão apresentados no seminário.
O evento é presencial, mas também será transmitido online. Acesse a programação completa.
Nos próximos dias 18 e 19 de novembro, a comunidade universitária participa de mais uma edição do Simpósio de Profissionais da Unicamp, evento acadêmico organizado por e para funcionários técnico-administrativos.
A programação inclui palestras, sessões orais de apresentações de trabalhos, visitação a pôsteres e atrações culturais. O AC/SIARQ integra o evento com duas exposições documentais, montadas no Ginásio Multidisciplinar (GMU). Uma delas é “Cesar Lattes, cientista brasileiro”, uma homenagem ao físico, que em 2024 completaria cem anos. A mostra, que é virtual, estará disponível em um totem e procura dar visibilidade ao acervo e revelar as contribuições do cientista à Unicamp e ao Brasil. Já os 27 painéis da exposição "Memórias dos Campi" revisitam, por meio de fotografias, alguns eventos, aulas, espaços de convívio, projetos de extensão e paisagens da Universidade desde sua fundação.
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A Unicamp completa 58 anos!
Trazemos, nesta publicação, algumas linhas sobre esse momento histórico para o país e uma curiosidade sobre a ata de fundação da Unicamp, documento emblemático da origem da instituição.
Legalmente criada como entidade autárquica em 1962, a Unicamp só teve implantação efetiva em 1965, a partir da publicação do Decreto nº 4.520, que instituiu uma Comissão Organizadora, para estudar e planejar gradativamente a formação das unidades. Apesar disso, desde 1963, a Faculdade de Medicina já estava em funcionamento em Campinas, porém em local cedido temporariamente. Era grande, portanto, a expectativa de toda a comunidade pela construção de edifícios no espaço escolhido por Zeferino Vaz, na época um imenso canavial de trinta alqueires, a 12 quilômetros do centro da cidade. Esperava-se um projeto moderno e inovador em termos de conceitos e plano diretor. A terra foi uma doação da Fazenda Rio das Pedras pelo então proprietário João Adhemar de Almeida Prado.
A data escolhida para comemorar a fundação oficial da Universidade foi 5 de outubro de 1966, dia do lançamento da pedra fundamental. Segundo relatos de quem esteve no evento, o local escolhido para a instalação da pedra — e um palanque improvisado — foi a região onde hoje está a caixa d’água próxima à Reitoria, na Praça das Bandeiras. Ao lado foi erguido, meses depois, o primeiro prédio da Unicamp, o Departamento de Anatomia da FCM, onde está atualmente a Diretoria Geral de Administração (DGA).
Um pouco sobre a ata
Ao longo de décadas, o AC/SIARQ coletou e preservou depoimentos de testemunhos sobre a criação da Universidade. No conjunto de fundos e coleções que traziam indícios para representar a origem da Unicamp, um documento estava faltando. Era justamente a ata de fundação. Assinada na cerimônia, inclusive com presença do então presidente da República, Castelo Branco, e do governador de São Paulo, Laudo Natel, foi depositada em uma urna ao lado da pedra, em cerimônia acompanhada pela comunidade e registrada pela mídia.
De acordo com diversas pesquisas, soube-se muitos anos depois que, durante as obras pujantes no terreno da Unicamp, um trator teria passado por cima da urna. Mesmo assim, buscava-se evidências da localização da Ata. Em meio ao impasse, uma pesquisa do historiador Warney Smith sobre a história do distrito de Barão Geraldo evidenciou: quem recuperou a ata e a guardou foi Honório Chiminazzo, corretor de imóveis que havia intermediado a negociação das terras destinadas ao campus.
Foi em 1996, no preparo dos festejos do trigésimo aniversário da instituição, que a ata foi devolvida à Unicamp, a partir de ações do AC/SIARQ e da SG, cujos representantes foram até a casa da família do corretor, que concordou entregar o documento a Unicamp. Na pergaminho, entregue por Honório à secretária geral da Unicamp, Miríades Janotte, constava além dos nomes e assinaturas das autoridades presentes na solenidade, o nome do corretor de imóveis — incluído posteriormente em um canto do documento. Enfim, na reunião do Conselho Universitário de 24 setembro de 1996, em meio aos preparativos para o aniversário da Unicamp, o reitor informou aos conselheiros que o documento voltava à instituição e completava o conjunto sobre sua fundação, devidamente preservado e difundido.