Especialistas avaliam perspectivas para a preservação digital integrada na Universidade

Profissionais e estudantes das áreas de Ciências Humanas,  da Informação, Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e Tecnologia da Informação, gestores e público interessado em preservação digital lotaram o Auditório “Fausto Castilho”, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), para acompanhar o Seminário "A Preservação de Documentos Digitais nos Arquivos, Centros de Documentação e Bibliotecas da Unicamp". O evento, realizado em 16 de abril, teve como objetivo abordar desafios e perspectivas na promoção de políticas e ações integradas de preservação de documentos digitais em acervos no âmbito da Unicamp. Além de conferências e debates, Humberto Celeste Innarelli, coordenador de serviços do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), lançou o livro “Cryptex da preservação digital”. A obra aborda teorias e práticas arquivísticas e tecnologias da informação e da comunicação (TICs), com o intuito de identificar impactos nas políticas de preservação dos documentos arquivísticos digitais nas instituições.

Na abertura do seminário, Edison Cardoso Lins representou a Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU) e enfatizou a importância da Escola de Educação Corporativa (Educorp), órgão que coordena e apoia eventos realizados por servidores técnico-administrativos e que visa a valorização do serviço público na produção e na difusão do conhecimento. Na mesma linha, Bárbara Castro, diretora adjunta do AEL, e Andréia Galvão, diretora do IFCH, destacaram a organização conjunta e integrada de um evento sobre a preservação da memória institucional, de pesquisa e extensão. Oscar Eliel, diretor do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU), destacou o empenho do SBU em promover a preservação, a exemplo do acordo com a Rede Cariniana do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Janaína Andiara dos Santos, coordenadora do Arquivo Central do Sistema de Arquivos da Unicamp (AC/SIARQ), lembrou que a data do evento coincide com a efeméride de 20 anos da divulgação da Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital, editada pelo Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), em 2005. “Em quase duas décadas, apesar de desafios ainda existentes, a Universidade avançou na implementação de ações ali previstas em termos da preservação, temos essas práticas em nossa cultura organizacional”, analisa Janaína.

Política conjunta entre arquivos, bibliotecas e centros de documentação é o maior desafio

A mesa de debates, mediada por Innarelli, contou com participações de representantes de bibliotecas, centros de documentação e arquivos da Unicamp, como Andressa Piconi, diretora de Tecnologia da Informação do AC/SIARQ; Danielle Thiago Ferreira, coordenadora da Biblioteca de Obras Raras “Fausto Castilho” (BORA); Gildenir Carolino Santos, responsável pelo Portal de Periódicos Científicos da Unicamp e André Luiz Paulilo, professor da Faculdade de Educação (FE) e coordenador do Centro de Memória Unicamp (CMU). A partir de relatos de experiências, os participantes reforçaram o pioneirismo da Universidade na área e a necessidade de infraestrutura tecnológica e aceitação do novo paradigma de “Universidade Digital”, tanto do ponto de vista da produção como da destinação dos documentos em seus diferentes suportes. 

Do ponto de vista do AC/SIARQ, Andressa abordou a evolução das políticas arquivísticas de preservação de documentos digitais na Universidade nas últimas décadas, com base em normas, sistemas e integração. Também fez um panorama das ações, desde o Grupo de Trabalho de Documentos Arquivísticos Eletrônicos (GDAE), instituído em 2003, até os dias atuais, com a implementação do Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos da Universidade Estadual de Campinas (SIGAD-UNICAMP) e do Repositório Digital de Documentos Arquivísticos Permanentes e  Sistema Informatizado de Acervos Permanentes (ReDiSAP) da Unicamp. “Alinhadas ao Planejamento Estratégico da Unicamp, temos como perspectiva a integração do ReDiSAP com a plataforma do SBU e o SIGAD-Unicamp em uma única plataforma para o usuário”, explica Andressa. Ela avalia que a capacitação técnica dos profissionais é um dos principais desafios. “As equipes devem acompanhar a evolução das ferramentas. Buscamos também o estabelecimento de normas e políticas de preservação digital, tendo em vista a futura criação do Repositório Institucional de Pesquisa da Unicamp (RIPU), certificações para as plataformas e parcerias, a exemplo da que temos com a Rede Cariniana”.

O seminário foi transmitido ao vivo pelos canais de comunicação do IFCH. 

Confira, na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=iwY-5jWIlKM