A exposição "40 anos do acervo de Sérgio Buarque de Holanda na Unicamp", lançada há pouco mais de três meses no saguão da Biblioteca de Obras Raras e Especiais “Fausto Castilho” (BORA), se encerrou dia 28 de setembro. A mostra, realizada pelo Arquivo Central do Sistema de Arquivos e pela BORA, com apoio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) e da Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU), buscou revelar a potencialidade do acervo documental e bibliográfico que a Unicamp adquiriu a partir de 1983. Foram expostos coleção de livros, periódicos e documentos que evidenciam o que o historiador reuniu ao longo de décadas de trabalho.
Uma roda de conversa, de cunho acadêmico e aberta ao público, compôs o evento de encerramento. Participaram os professores Pedro Meira Monteiro (Princeton University), Lilia Katri Moritz Schwarcz (FFLCH/USP), além de Thiago Lima Nicodemo (IFCH/Unicamp) e coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Referências em pesquisa sobre o legado de Sérgio Buarque de Holanda, eles refletiram sobre “Raízes do Brasil” e “Visão do Paraíso”, duas das obras mais importantes do historiador. Seu papel como idealizador de projetos e acervos em instituições públicas também foi lembrado.
A abertura do evento contou com a presença do pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho, que destacou a importância da exposição para a Universidade. “Trata-se de um acervo fundamental para o Brasil e o desejo da ProEC é que as coleções da Unicamp estejam sempre disponíveis à sociedade”.
Proposta colaborativa entre AC/SIARQ e BORA atraiu 2.500 visitantes
De acordo com Danielle Thiago Ferreira, coordenadora da BORA, a estimativa de visitantes da exposição foi de 2.500 pessoas. “Além do público da própria Unicamp, realizamos um trabalho educativo com estudantes de ensino fundamental e médio, por meio de escolas que nos procuraram”. Danielle também mencionou o evento “Unicamp de Portas Abertas” (UPA), realizado em maio, cuja programação contou com a exposição, incluindo visita guiada por um dos curadores”. Janaína Andiara dos Santos, coordenadora do AC/SIARQ, destacou o contexto da aquisição do acervo do historiador. “A chegada dos livros e documentos de Sérgio Buarque tem a ver com a própria institucionalização do Sistema de Arquivos e de Bibliotecas, no início da década de 1980, momento em que esse modelo de gestão ainda era incipiente no Brasil”. Janaína também avaliou a importância do evento para a visibilidade do trabalho de difusão. “Nesses três meses, abrangemos especialistas na vida e na obra de Sérgio, por meio de seminários e entrevistas, mas também o público em geral”.
Nicodemo, que também integrou a equipe de curadores da exposição, passou a palavra aos convidados, após relatar algumas curiosidades e comemorar os resultados. "Evidenciamos nestes painéis e vitrines, por exemplo, o papel protagonista de Maria Amélia Buarque de Hollanda, esposa de Sérgio, na constituição de seu acervo documental e bibliográfico. O que vocês veem aqui foi uma iniciativa colaborativa, algo que não acontece todos os dias na Universidade”, afirmou o professor.