Marilia de Andrade, filha de Oswald, atuou na criação do curso de Dança da Unicamp

O terceiro post da série sobre modernismo, em comemoração ao #CentenárioSemana22, destaca a trajetória de Marilia de Andrade, professora do Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da Unicamp. No sobrenome, ela traz a herança de alguém que estaria entre os principais intelectuais daquele fevereiro de 1922 na capital paulista: Marilia é filha de Oswald de Andrade e Maria Antonieta d’Alkmin. A influência de seus pais vai muito além do nome: expressão, criatividade e afinidade com a área cultural marcam a carreira da pesquisadora.

 

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 Formada em psicologia, é autora de relevantes pesquisas em artes corporais, cultura e gênero, sempre reforçando a conexão permanente entre arte e ciência. Também publicou artigos e filmes sobre estereótipos nos papeis sexuais. Dedica-se à dança desde os quatro anos de idade, constituindo sua carreira como intérprete e coreógrafa. Ingressou na Unicamp em 1981 como professora de autoconsciência corporal e sensibilização para alunos do curso de Música. Em meados da década de 1980, atuou na criação do Departamento de Artes Corporais (DACO) e do Curso de Graduação em Dança, onde atuou como intérprete, professora e pesquisadora até 2015. 

Entre as criações artísticas de Marilia estão espetáculos com grande diversidade de temas e linguagens de dança. Em 1987, a partir de referências modernistas, Marilia estreou em Campinas, e posteriormente em várias cidades do país, o espetáculo “Impressões Brasileiras”, que homenageou o músico Heitor Villa-Lobos. A montagem, dirigida pela professora e com participação de estudantes da Unicamp, foi dividida em três atos, a partir de um enredo composto por uma viagem de trem, que começava em São Paulo e partia para diversos estados do país na década de 1930. No mesmo contexto, pesquisas eram desenvolvidas no IA com foco na criação de um código essencialmente brasileiro para a dança, resgatando uma linguagem nacional para a dança. “Danças Brasileiras” e “Capoeira”, por exemplo, entraram no currículo formal da graduação.

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Em 13 de fevereiro deste ano, Marilia de Andrade participou da conferência de abertura do evento “Semana Rastro dos Rastros de 1922”, realizado pela Unicamp para celebrar o marco do movimento modernista, a Semana de Arte Moderna de 1922. Por meio de contos desde a infância e momentos de sua carreira, ela relata “rastros” modernistas em suas coreografias, encontros com Heitor Villa-Lobos, do espetáculo marcante de 1987, inclusive com alunos da Unicamp e da própria Semana de 1922. Ela foi a representante do curso de Dança nas festividades do Centenário na Universidade. Sua conferência tem início a partir de 35’. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2o5QyJquOqM

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