Educação e Direitos Humanos: a percepção dos docentes da Unicamp

Descrever e analisar projetos de pesquisa e de extensão comunitária ligados aos Direitos Humanos na Unicamp sob o ponto de vista de produção e disseminação de conhecimento. Este foi o objetivo do trabalho de pesquisa de Thais Dibbern, que defendeu sua dissertação de mestrado em 2019, junto à Faculdade de Ciências Aplicadas. Orientada pela professora Milena Serafim, a pesquisadora também aplicou um questionário aplicado junto a docentes envolvidos nestas atividades, recorte do artigo publicado no periódico “Cadernos de Pesquisa”, da Fundação Carlos Chagas (ed. 178, 2020). “Cerca dos 80% dos participantes indicaram entraves no desenvolvimento de pesquisas e práticas de extensão em Direitos Humanos, embora esse seja um compromisso social assumido pela Universidade”, explica Thais. 

A pesquisadora também observou que grande parte das iniciativas vieram da área de humanidades ou interdisciplinares, sendo que muitas das ações partiram de grupos de pesquisa. “Os direitos humanos aparecem de forma mais frequente em projetos de extensão comunitária, cursos de extensão e eventos. Tanto documentos como questionários apontam que as iniciativas podem ser ampliadas, inclusive em outras áreas do conhecimento”, explica.

Thais começou a se interessar pela conexão entre educação e direitos humanos durante sua graduação em Gestão de Políticas Públicas, pela Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, onde defendeu seu mestrado em 2019. A escolha pelo tema da dissertação aconteceu no momento em que a Unicamp, em 2017, aderia ao Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos, bem como, no ano seguinte, a institucionalização do Observatório de Direitos Humanos. Thais pesquisou o ensino na Unicamp dentro de um recorte temporal: 2006 a 2017, a partir da criação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH).

O AC/SIARQ foi uma das fontes de dados para a pesquisa de ações, convênios e projetos. “Selecionei 80 palavras-chave para fazer as buscas, que se basearam essencialmente em processos. Sem a fonte documental do Siarq, certamente minha investigação estaria defasada”, comenta Thais, que atualmente é doutoranda em Política Científica e Tecnológica, junto ao Instituto de Geociências da Unicamp, e foca seus estudos sobre produção do conhecimento em Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Arte Post Thais Dh