Em 2003, a primeira “Unicamp de Portas Abertas” (UPA)!
Faz parte da vocação da Unicamp o estreito relacionamento com a sociedade. Alinhados às missões de ensino e pesquisa, estão as artes, a transferência de tecnologia, a extensão e a assistência à saúde. Foi nesse bojo que a Universidade de Portas Abertas (UPA) foi estruturada e teve sua primeira edição em 2003.
A pesquisa, que envolve o estudante da Unicamp desde o começo da graduação, foi um eixo central da instituição da UPA. A comunidade acadêmica compartilhou experiências desde o interesse por alguma linha de investigação, a criação de uma patente ou até mesmo a chegada de tecnologia ao setor produtivo. Nesse percurso, a UPA evidencia, por exemplo, a atuação das empresas juniores e estudos realizados desde a década de 1960.
O ambiente da UPA sempre foi de festa e muita expectativa. Afinal, estudar em uma das maiores universidades públicas da América Latina poderia parecer algo distante para muitos visitantes. Ao explorarem um espaço cheio de possibilidades, fazer parte da comunidade universitária poderia, sim, estar nos planos de estudantes vindos de diversos estados do Brasil.
Desbravar um campus tão grande é desafiador, talvez mais do que encarar a logística das dezenas de ônibus lotados que chegam pela manhã. Uma das propostas da comissão organizadora, nas primeiras edições, foi editar e distribuir publicações impressas, como a “Revista da UPA”, com breve descrição de cada curso, histórico da instituição e programação do evento, além do mapa da Unicamp.
O Ginásio, sempre ponto de partida, teve, ao longo dos anos, criativos cenários de entrada. Em 2005, por exemplo, o público percorreu um túnel forrado com tecido azul, seguido de um espaço com oito telões de lona plástica onde corriam imagens da Universidade. Na plataforma superior ao Ginásio, seis pirâmides formaram a Praça de Alimentação, numa área de 300 metros quadrados.
Muito movimento nas demonstrações. A Neonatologia, por exemplo, instalou um berçário com bonecos simuladores de uma UTI. A Enfermagem optou por trazer o Corpo de Bombeiros para instruir sobre primeiros socorros. Um dos espaços mais concorridos: o Museu de História Natural do Instituto de Biologia (IB).
Além da comissão organizadora, o contingente responsável pela orientação do trânsito, informações sobre as unidades de ensino e pesquisa e programação das atividades é integrado por funcionários da instituição e estudantes de graduação e pós-graduação que se inscrevem voluntariamente para atuar como monitores.
Inserida nas comemorações dos 40 anos da Unicamp, a UPA convidou cerca de 700 diretores de escolas públicas e privadas da região, prefeitos e secretários municipais de Educação para a abertura do evento. Ônibus internos levam os estudantes às faculdades e institutos, que sediam palestras, vídeos, apresentações de experimentos laboratoriais, oficinas e minicursos.
Em 2008, um grande arco com a logomarca da UPA foi montado na entrada principal do campus. Os visitantes puderam visualizar, na praça Carlos Drummond de Andrade, uma estrutura metálica de 40 metros quadrados e 14 metros de extensão em forma de parábola. Naquele ano, o evento contou com público estimado em 50 mil pessoas.
A programação cultural, realizada em vários momentos da UPA, também é sempre apreciada pelos visitantes. A movimentação no túnel pantográfico, instalado no Ginásio Multidisciplinar, fez a animação da festa ao longo do evento. Em 2008, a comunicação criou um blog e recebeu centenas de fotografias encaminhadas pelos “upeiros” que queriam registrar a visita feita à Universidade.
Em 2009, um vírus que nunca tinha sido identificado como causa de infecções em humanos foi o responsável pela primeira pandemia global do século XXI. A doença foi chamada popularmente de “gripe suína” ou H1N1. Por causa disso, a Unicamp suspendeu a realização da UPA naquele ano.
Novidades a partir de 2010!
A UPA trabalha com temas centrais a cada edição. Em 2010, foram dois: internacionalização, com vistas à ampliação da experiência de alunos em intercâmbios, e o aumento no número de ingressantes ao ensino superior vindos de escolas públicas.
“Tome ciência: a Unicamp é possível”. Foi com esse slogan, dirigido especialmente aos alunos das escolas públicas, que os participantes da UPA 2011 foram recepcionados na Universidade. A proposta da instituição foi reforçar o estímulo a alunos de escolas públicas prestarem o vestibular e acreditarem nas chances de aprovação.
Naquele ano, houve mudanças no evento. No primeiro dia, o foco foi a visita a unidades e laboratórios, além de exposição e programação cultural. Já no sábado, o Centro de Convenções sediou palestras relacionadas a projetos sociais e carreiras.
A UPA também ganhou uma mascote, a Tiba, presente em todo material de divulgação. A andorinha foi escolhida por ser uma ave migratória, o que tem a ver com a internacionalização da Universidade e também com a região de Campinas, onde ela é típica. A Revista da UPA passou a ser disponibilizada em versão eletrônica. Em seu lugar foi distribuído um caderno com informações básicas dos cursos e do Vestibular Unicamp.
A partir de 2012, o evento passou a ser realizado em um único dia, sempre aos sábados. O slogan daquele ano foi “Faça-se presente. E ganhe o futuro”. Como o Ginásio Multidisciplinar estava em reforma, os estudantes foram recepcionados no Ciclo Básico, dispersando-se depois pelas unidades. Foram criadas rotas internas de ônibus para pontos mais distantes do Ciclo Básico, como a Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e o Museu Exploratório de Ciências.
Em 2013, a Unicamp se empenhou ainda mais em esclarecer o público sobre iniciativas relacionadas ao acesso de estudantes à Universidade, como o Vestibular da Unicamp, o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS) e o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), além dos recém-criados cursos oferecidos nas áreas de administração e engenharia pela Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e Faculdade de Tecnologia (FT), ambas localizadas em Limeira (SP).
Os jovens obtiveram informações sobre os programas de estímulo à permanência estudantil, como a Moradia Estudantil e as bolsas alimentação, transporte e moradia. Ao longo da UPA, os participantes tiveram, ainda, a oportunidade de conhecer o Museu Exploratório de Ciências, as bibliotecas e os acervos históricos mantidos pela Unicamp. As atividades artísticas e culturais foram ampliadas no estacionamento próximo à Biblioteca Central, local que se transformou em ponto de concentração natural dos “upeiros” após as visitas às unidades de ensino e pesquisa.
Em 2015, a UPA organizou uma mostra sobre a evolução da tecnologia da informação no suporte às atividades da Universidade. Ações voltadas à sustentabilidade também foram enfatizadas. Por meio de um aplicativo em seus dispositivos móveis, os “upeiros” tiveram acesso à programação do evento, mapas e rotas.
Na 13° edição da UPA, em 2016, o público participou de oficinas, visitas a laboratórios de pesquisa, palestras, apresentações culturais e também da Mostra Unicamp 50 Anos, evento em comemoração ao cinquentenário da instituição. Além de conhecer a história da Unicamp, os alunos participam de uma reflexão sobre o futuro da pesquisa e das artes para os próximos 50 anos.
Em 2017, foi criado um portal multimídia específico para o evento, com informações sobre formas de ingresso no Vestibular, cursos e a vida no campus. A UPA presencial voltou em 2018.
Em 2018, participantes e organizadores da UPA foram surpreendidos com uma chuva forte na região de Campinas no dia do evento. As linhas de ônibus circulares que levam os estudantes para as unidades estiveram concorridas. Muitos jovens preferiram, entretanto, caminhar pelo campus junto com os monitores pelas rotas já estabelecidas. Muitas escolas viajavam longas distâncias. Uma delas, por exemplo, veio de Feira de Santana, na Bahia, e percorreu quase dois mil quilômetros. Nos anos de 2018 e 2019, a organização da UPA decidiu alterar a data de realização do evento, que foi transferido para o primeiro semestre.
Cerca de 45 mil estudantes do ensino médio, representando 720 escolas de vários estados, circularam pelo campus para conhecer os cursos oferecidos pela Universidade em 2019. Naquele ano, em especial, as atividades foram relacionadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A Comvest também detalhou a ampliação do ingresso ao ensino superior por meio do Vestibular Indígena, Vagas Olímpicas e cotas étnico-raciais.
A Unicamp de Portas Abertas (UPA) não ocorreu em 2020 devido à pandemia de COVID-19. Em 2021, foi realizada uma edição virtual. O formato presencial foi retomado em 2022.
De volta ao seu formato original, a UPA contou com atividades presenciais no campus de Barão Geraldo, em Campinas. A 17ª edição do evento, cujo tema foi "Ciência que constrói" ocorreu em agosto, com abertura no Bolsão de Estacionamento da Biblioteca Central "Cesar Lattes" (BCCL). Com protocolo de segurança sanitária indicado pela Universidade, voltar a ver e viver o campus cheio de jovens vindos de todos os lados do país foi motivo de comemoração para 32 mil pessoas que estiveram presentes.
Em 2023, o tema da UPA foi “A Educação Transforma”, com o objetivo de estimular os visitantes a refletirem sobre as diversas formas com que a educação tem o poder de transformar as pessoas e a sociedade. Foram inscritas mais de 500 escolas de todo o estado de São Paulo, além de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, totalizando mais de 36 mil estudantes.
A 19ª edição do programa Unicamp de Portas Abertas ocorreu com o tema “Saber em Movimento”. Estudantes e toda a comunidade foram convidados a refletir sobre a importância da Universidade como espaço de pluralidade cultural, livre debate de ideias e capacidade de mover conhecimentos e esforços em direção a um futuro mais justo, democrático e sustentável.