Direitos Humanos na Unicamp

 

PRIMEIRO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO

Foi o primeiro restaurante da Unicamp, também conhecido como “Restaurante Administrativo”. O refeitório começou com 1500 refeições diárias. Em 1976, foi inaugurado o R2, conhecido como “Bandejão”, para atender a demanda crescente da comunidade formada por estudantes e servidores (técnico-administrativos e docentes). Dada sua importância como a única opção de alimentação para todos aqueles que precisam permanecer nos campi da Unicamp, ao longo do tempo ele foi expandindo os serviços prestados à comunidade. Primeiramente, servia apenas almoço, mas na década de 1990 passou a servir jantar e, mais recentemente, café da manhã. Em 2013, atendendo a diversidade de seu público, como aqueles que seguem uma dieta vegetariana, foi inaugurado uma ala no Restaurante da Saturnino (RS) com um cardápio voltado para atender essa demanda.

Atualmente, a Divisão de Alimentação servem refeições no Restaurante Universitário (RU), Refeitório da Administração (RA), Restaurante da Saturnino (RS), Refeitório do Hospital de Clínicas, Restaurante da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), Faculdade de Tecnologia (FT), Colégio Técnico de Campinas (Cotuca), Colégio Técnico de Limeira (Cotil) e para as crianças e adolescentes da Divisão de Educação Infantil e Complementar (DEdIC). Cada um desempenha  papel essencial na garantia do direito humano à alimentação adequada, servindo refeições balanceadas, a baixo custo, além de constituírem espaços para sua socialização e articulação de uma série de projetos, como “dia sem copo descartável’ voltado para diminuir o impacto ambiental de seu consumo. 

 Restaurante Universitário I
 Restaurante Universitário I, criado para ser a opção de alimentação para todos aqueles que precisavam permanecer
 nos campi da Unicamp.1978, Fundo Zeferino Vaz. Acervo AC/SIARQ.

 

 

CAMPUS AVANÇADO CRUZEIRO DO SUL

Em 1971, um convênio foi firmado entre a Unicamp, o governo do Acre, Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Sul, Prelazia de Alto Juruá e Fundação Projeto Rondon. A parceria dava início ao Campus Avançado de Cruzeiro do Sul (CACS), ligado à reitoria da Universidade. O Grupo de Trabalho, coordenado por professores da Unicamp, desenvolveu projetos em diversas áreas como saúde, educação, tecnologia e agropecuária. As ações de extensão buscavam transformar a região em pólo de desenvolvimento, aplicar conhecimentos acadêmicos, promover estágios supervisionados e oferecer cursos de formação profissional, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.  A implantação do projeto começou em julho de 1971. A sede do CACS, distante 4,5 km do centro urbano, contava com alojamentos para estagiários e diretores, salas de trabalho, biblioteca, refeitório e escritório administrativo. As equipes eram compostas por dez a 15 estudantes. A área de saúde era a que mais despertava interesse por parte das comunidades que, em geral, viviam em situação precária. O curso de técnico em eletricidade e mecânica, campanhas de vacinação e aulas de alfabetização também são lembrados pelos moradores, de acordo com a dissertação “CACS (Campus Avançado de Cruzeiro do Sul): uma análise crítica”, defendida por Regina Monteiro na Faculdade de Educação (FE) da Unicamp. Com a extinção da Fundação Projeto Rondon em 1989, a Universidade Federal do Acre assumiu a responsabilidade do projeto. Entretanto, a Unicamp ainda manteve contato com Cruzeiro do Sul até 1994 por conta de questões administrativas.

 Restaurante Universitário I
 Alunos integrantes do Projeto Rondon - Campus Avançado Cruzeiro do Sul, resultado de convênio firmado entre
 Unicamp, Governo do Estado do Acre e Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Sul, com o objetivo de transformar a
 região em um pólo de desenvolvimento. 1975, Fundo CACS. Acervo AC/SIARQ.

 

 

CRIAÇÃO DO SERVIÇO DE APOIO AO ESTUDANTE (SAE)

Com uma década de fundação, a Unicamp concretizou, em 1976, o propósito de desenvolver programas de apoio e de assistência aos estudantes com dificuldades de permanência na Universidade, por conta de questões financeiras, adaptações sociais e acadêmicas. Foi nesse ano a criação do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), órgão ligado atualmente à Pró-reitoria de Graduação (PRG). As ações visam auxiliar o estudante nos diferentes momentos da vida universitária, incluindo a transição do ensino médio para Universidade, os desafios acadêmicos e sociais, até o desenvolvimento de carreira, por meio de estágios. Com o desenvolvimento da Universidade ao longo dos anos e implementação de políticas de inclusão social, novas ideias foram sendo incorporadas ao escopo de trabalho do órgão, com a criação de programas e aprimoramento dos já existentes.

O SAE abrange auxílios referentes à moradia, alimentação, transporte e cultura, além de suportes na área educacional, social, jurídica e do mundo do trabalho. As áreas Social, Acadêmica e Cultural promovem palestras, oficinas, cursos e atendimentos individuais e coletivos. Ações culturais promovidas em diversos espaços do campus também integram a missão do órgão ao longo de sua história. Eventos musicais e exibição de filmes marcaram o cotidiano universitário na década de 1980, com lotação garantida nos horários de almoço e incentivo aos alunos-artistas da Universidade.

Restaurante Universitário I

Cotidiano dos alunos da área de computação. 1978, Fundo Zeferino Vaz. Acervo AC/SIARQ.

 

 

PROGRAMA DE MORADIA ESTUDANTIL

A moradia, projetada pelo arquiteto Joan Villà, foi uma conquista dos estudantes. O movimento, que reivindicava moradia gratuita para estudantes que atendiam a critérios de vulnerabilidade econômica , começou em meados dos anos 1980 e a ocupação de salas do Ciclo Básico I da Unicamp ficou conhecida como “A Taba”. Com a greve, foi constituído um grupo de trabalho para discutir a concepção da obra. De acordo com Villà, em entrevista concedida ao Portal da Unicamp, houve assembleias durante seis meses em que era discutida a concepção da residência universitária. Os encontros chegavam a reunir seiscentas pessoas. As primeiras trinta casas foram entregues em janeiro de 1990. Era uma opção para calouros recém-chegados à Campinas e sem recursos suficientes para bancar o aluguel dos imóveis próximos ao campus. A entrega simbólica de uma chave a representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) marcou o início do uso do espaço de habitação social. O conjunto foi composto por 253 casas. As vagas disponíveis variam anualmente, conforme números de egressos e alunos contemplados. O trajeto do ônibus circular interno do campus também foi alterado: uma das rotas passaria pela Moradia, distante um quilômetro e meio do campus, para levar e buscar os alunos. Nos primeiros meses de Programa, já estavam inscritos 500 alunos, a serem selecionados por uma Comissão, com base nas condições socioeconômicas e desempenho acadêmico. Atualmente, a crescente demanda por habitação e o desgaste de unidades residenciais suscitou a discussão sobre a necessidade de ampliar e revitalizar a Moradia.

Restaurante Universitário I

 Entrega simbólica das trinta primeiras casas da Moradia Estudantil, cujo programa é destinado aos estudantes com
 dificuldades em custear residência com recursos próprios. Autor: Antoninho Perri. 1990, Fundo Ascom.
 Acervo AC/SIARQ.

 

 

 CRIAÇÃO DE CURSOS NOTURNOS

Os primeiros cursos noturnos criados na Unicamp foram implementados nas faculdades e colégios técnicos de Limeira já nos anos 1970, para posteriormente serem ampliados para Campinas. Isso favorecia os estudantes que precisavam exercer alguma atividade remunerada durante o dia. Os primeiros foram os cursos superiores em Tecnologia, como Saneamento e Edifícios (de 1974) e Obras de Solo (1976) no campus de Limeira (então chamado Ceset – Centro Superior de Educação Tecnológica da Unicamp). Ainda nos anos 1970, entidades como o Centro Estudantil Campos Salles, do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca), reivindicavam aulas noturnas no curso de Engenharia. O movimento tinha apoio de indústrias e divulgação na imprensa da região.

No entanto, foi somente a partir do fim da década de 1980 que os cursos noturnos começaram a ser efetivados no campus de Barão Geraldo: o primeiro foi o de licenciatura em Matemática, em 1988. Especialmente os cursos que vieram depois representaram uma resposta à reivindicação de setores populares pelo ingresso em uma instituição de ensino superior pública e gratuita. Tanto os estudantes do ensino médio como alguns professores universitários requeriam que a Universidade pública funcionasse em período noturno, pois grande parte dos secundaristas estudavam à noite e não poderiam prosseguir no ensino superior durante o dia. A luta também era uma das principais bandeiras do Movimento Estudantil de Campinas desde o início dos anos 1980. Diversas entidades da Unicamp se organizaram e chegaram a integrar o “Fórum Pró-Cursos Noturnos” em 1989. A organização desse movimento, entretanto, só tomou força após a promulgação da Constituição do Estado de São Paulo, no mesmo ano, a qual assegurava a obrigatoriedade de cursos noturnos em todas as universidades estaduais em, pelo menos, um terço das vagas oferecidas. Com a expansão da mobilização e das discussões no Conselho Universitário, novos cursos ocuparam o período da noite a partir de 1991, como por exemplo, Pedagogia, Física e Ciências Sociais.

Restaurante Universitário I

 Biblioteca Central da Unicamp, antes mesmo da criação dos cursos noturnos, símbolo de um dos serviços oferecidos
 aos alunos. 1989, Fundo Ascom. AC/SIARQ.

 

 

 CRIAÇÃO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

A “creche” da Unicamp foi fundada em 1982. O nome oficial de criação foi Centro de Convivência Infantil (CCI e, algum tempo depois, CECI), conforme a Portaria GR 268/1983, publicada pouco mais de um ano depois do ato de inauguração do espaço ainda alugado temporariamente. Inicialmente, cerca de 30 crianças com até nove meses de idade e em fase de amamentação foram beneficiadas. Filhos de funcionários permaneciam no local durante toda a jornada de trabalho dos pais. Mães podiam amamentar seus bebês até duas vezes ao dia. A conquista foi fruto de reivindicação dos funcionários da Universidade desde 1975, ano em que a então Comissão de Assistência Social encaminhou à Reitoria a primeira proposta de criação de uma creche.

Em 1982, três meses após assumir como reitor, José Aristodemo Pinotti inaugurou a CCI, ainda em um prédio provisório, já que o edifício situado dentro do campus estava em construção. A fundação do Centro também estava em conformidade com a Emenda Constitucional 31, que estabelecia que repartições públicas deveriam dar assistência aos filhos de funcionários, durante o horário de expediente. No processo de instituição, houve estudos de modelos da região, questionários aplicados entre funcionárias da Unicamp, levantamento socioeconômico, seleção de materiais e treinamentos de equipe. Em junho do ano seguinte, o prédio próprio do CCI, na Cidade Universitária, passou a funcionar.

Ao longo dos anos, o Centro passou por diversos períodos de expansão de atendimentos, projetos pedagógicos, ampliação de espaços físicos e reestruturações administrativas. Hoje, o CECI integra a Divisão de Educação Infantil e Complementar (DEdIC), vinculada à Diretoria Executiva de Ensino Pré-Universitário (DEPPU). Trata-se de um espaço socioeducativo para filhos de funcionários da Universidade e estudantes de graduação e pós-graduação.

Restaurante Universitário I

 Reportagem ilustra a inauguração da creche, resultado da reivindicação dos funcionários da Unicamp.
 1982, Fundo Ascom. AC/SIARQ.

 

 

 INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS SERVIDORES

Em 1993, foi instituído o Programa Institucional de Apoio ao Servidor Estudante (ProSeres), a partir de uma demanda apresentada por funcionários da Unicamp, matriculados em instituições de ensino superior. Os cursos de graduação passaram, assim, a serem custeados pela Universidade, por meio de parcerias e convênios. O objetivo foi estimular os servidores da Unicamp ao aprimoramento profissional e intelectual. Fez parte da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), coordenado pelo Serviço de Apoio ao Servidor (SAS). Após a conclusão do curso, esse conhecimento dentro da área de formação poderia ser utilizado na própria Unicamp, dentro das normas definidas pelas instâncias de diretrizes de recursos humanos.De acordo com o jornal “Unicamp Notícias”, edição nº 47, em 1996 o ProSeres alcançou quinhentas bolsas de estudo concedidas em diversas áreas de formação. Em 2007, o programa passou a ser gerido pelo Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), órgão recém-criado, e incluiu parcerias para apoiar funcionários em cursos de pós-graduação.

Restaurante Universitário I

 Solenidade de criação do Programa Institucional de Apoio ao Servidor Estudante (ProSeres). 1993. Acervo GGBS.

 

 

 IMPLANTAÇÃO DO CAISM

A Unicamp criou, em 1984, o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), o que tornou efetiva a participação da Universidade no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, vinculado ao Ministério da Saúde. Mas, os esforços em criar serviços de pesquisa e atendimento à saúde da mulher já existiam desde o ano anterior, com a criação do Centro de Controle de Câncer Ginecológico e Mamário (Cecan). Em 1985, a população passou a contar também com o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Paism). Trata-se do pilar de um projeto que culminou na ideia de criar uma instituição que abrigasse todos os programas que vinham sendo desenvolvidos, ao considerar a realidade econômica do Brasil e, consequentemente, problemas emergentes nos cuidados e na assistência.

A instituição dessa área hospitalar foi baseada na colaboração do Departamento de Tocoginecologia e do Centro de Pesquisas e Controle das Doenças Materno-Infantis de Campinas (Cemicamp). A inauguração, amplamente aguardada e divulgada pela mídia, aconteceu em 1986, quando o atendimento às mulheres começou. O Caism, que em 2010 passou a se chamar a se chamar “Hospital da Mulher Professor Doutor José Aristodemo Pinotti - Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher”, foi planejado para ser um hospital de treinamento, pesquisa e assistência na área de ginecologia em geral, acompanhamento de gravidez, maternidade, tratamentos oncológicos. A criação do Hospital e de todos esses seus serviços representaram um grande avanço nas conquistas democráticas na área da saúde da mulher.

Restaurante Universitário I

 Reportagem sobre a inauguração do Centro de Assistência à Saúde da Mulher (Caism), um avanço para o tratamento
 
da saúde da mulher e modelo para futuros centros de saúde.1986, Fundo Ascom. Acervo AC/SIARQ.

 

 

 LABORATÓRIO DE PESQUISA EM AIDS

Desde que os primeiros casos de Aids foram detectados no Brasil, a Unicamp é protagonista em diversas ações, que tiveram início na década de 1980. A disciplina de Moléstias Infecciosas do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM/Unicamp) atendeu a um dos primeiros casos de paciente com Aids, em 1982. Entre as iniciativas da Universidade destacam-se programas educativos de capacitação e esclarecimentos à comunidade interna e externa por meio de diversos canais de comunicação, inúmeras pesquisas e testes na área, além do projeto SOS Aids com orientação de riscos e transmissão do vírus. 

Em meados da década de 1980, a epidemia ganhava muita força e os ambulatórios gerais já não davam conta do atendimento do grande fluxo de pacientes.  Na Unicamp, em 1988, as ações de pesquisa, ensino e extensão se intensificaram com a criação do Laboratório de Pesquisa em Aids para exames sorológicos de triagem do HIV e participação em redes de carga viral para HIV e de genotipagem. Atualmente o Laboratório passou a realizar os exames de carga viral para Hepatites B e C e faz parte da Rede de Referência do Ministério da Saúde. 

Restaurante Universitário I

 Palestra de capacitação evidencia o protagonismo da Unicamp em diversas ações de combate e  prevenção da Aids.
 1989, Fundo Ascom. Acervo AC/SIARQ.

 

 

PROJETO UNIVERSIDADE SOLIDÁRIA

Articulada com as demandas sociais e iniciativas governamentais, em 1996, a Unicamp foi selecionada juntamente com sessenta instituições de ensino superior para participar de 13 missões do programa federal “Universidade Solidária”, iniciativa semelhante ao extinto Projeto Rondon. Por meio da então Pró-reitoria de Extensão (PRE), alunos e professores viajaram ao Nordeste, mais especificamente para cidades do sertão de Alagoas. Realizaram ações nas áreas de saúde, educação, agricultura, organização comunitária e meio ambiente. Antes de embarcarem para os destinos, onde permaneceram por cerca de três semanas, os estudantes passaram por treinamento para promover palestras sobre primeiros socorros, educação e saúde materno-infantil. O programa, coordenado nacionalmente por Ruth Cardoso e desenvolvido pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), contou com a participação de quatro mil pessoas.

Restaurante Universitário I

 Fase piloto do programa “Universidade Solidária”, cujo objetivo era levar estudantes para trabalhar, durante as férias,
 com comunidades carentes. Autor: Antoninho Perri. 1996, Fundo Ascom. Acervo AC/SIARQ.

 

 

 PARQUE ECOLÓGICO “HERMÓGENES LEITÃO FILHO”

Uma área ecológica e urbanizada, próxima ao campus da Unicamp, que preservaria espécies nativas de fauna e flora. Assim era descrito pela mídia local, em 1997, o recém-inaugurado “Parque Ecológico Hermógenes Leitão Filho”, espaço de lazer e ciência, cujo nome homenageava o botânico e professor do Instituto de Biologia da Unicamp, falecido no ano anterior. Neste local, próximo ao lago situado atrás da Faculdade de Educação Física (FEF), muitas vezes era possível encontrar o pesquisador fazendo coletas de sementes de diferentes plantas, com a finalidade de usá-las em aulas e pesquisas.

Essa área, considerada brejosa, já estava em processo de estudo para urbanização, cuja ideia era apoiada pelo botânico, contanto que a preservação ambiental estivesse garantida. A área de 140 mil metros quadrados foi aberta ao público em dezembro de 1996, em cerimônia conduzida pela Unicamp e Prefeitura Municipal de Campinas. A proposta foi aproximar a Unicamp da comunidade de Barão Geraldo, assim como manter as atividades de pesquisa das espécies. Portões, pista de caminhada, equipamentos de musculação, parquinho, quiosques, sanitários, prédio administrativo e iluminação foram algumas novidades do espaço de lazer.

Restaurante Universitário I

 Parque Ecológico Hermógenes Leitão, projeto preservou o potencial ecológico da área para o uso do lazer e da
 ciência.
 1997, Fundo Ascom. Acervo AC/SIARQ.

 

 

 LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE

A proposta do Laboratório de Acessibilidade (LAB) da Biblioteca Central Cesar Lattes (BCCL) surgiu ainda em 1998, a partir de um projeto do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), mas foi quatro anos depois que o espaço de ensino, pesquisa e extensão foi inaugurado em uma das salas da BCCL, com apoio da Fapesp e da Pró-Reitoria de Graduação (PRG).

A área atende toda a Universidade e comunidade externa com inclusão em ensino e aprendizagem. Portas mais largas, mesa adaptada, jogos educativos, fantoches e cartazes em Libras contemplam ações para outras deficiências, além da visual, que foi o ponto de partida do laboratório. Dividido em ambientes como acesso à informação, apoio didático e sala multimídia, o LAB incentiva os usuários a fazer estudos e pesquisas com maior autonomia e independência. O apoio começa logo no vestibular, em que candidatos podem contar com as tecnologias para realizar as provas. Ao ingressar na Unicamp e se declarar PCD, o acesso às ferramentas está garantido por todo o período de permanência. O espaço oferece serviços de adaptação de textos impressos em formato digital acessível, atendimentos e oficinas sobre inclusão, acessibilidade e recursos de tecnologia assistiva. Também atua na promoção de apoio didático. Esporadicamente realiza audiodescrição em eventos institucionais.

Restaurante Universitário I

 Material didático disponível para usuários do Laboratório de Acessibilidade (LAB). Autoria: Luiza Bragion Moretti.
 2018. Acervo AC/SIARQ.

 

 

 COTAS ÉTNICO-RACIAIS

A representatividade da sociedade no ensino superior foi o objetivo central de um avanço nas políticas de ingresso na Unicamp. Em novembro de 2017, a adoção de cotas foi aprovada em reunião histórica do Conselho Universitário (Consu), seguindo princípios como mérito, justiça social, equidade e diversidade. A medida reserva 25% das vagas disponíveis para candidatos autodeclarados pretos e pardos.  O processo para elaboração de uma política de adoção de cotas tem um longo histórico na Universidade, tendo um dos seus principais marcos, em 2016, uma grande mobilização estudantil que resultou em um acordo entre a Reitoria e grupos associados ao Movimento Estudantil. O trabalho envolveu audiências públicas, criação de grupos específicos para estudo e elaboração de um modelo; simulações estatísticas para subsidiar a proposta e apresentações e discussões nas unidades de ensino e pesquisa e na Câmara Deliberativa do Vestibular. O Grupo de Trabalho (GT Cotas) organizou três audiências públicas destinadas a discutir o tema e elaborar um relatório com propostas para aperfeiçoar e ampliar a política de ação afirmativa. Durante cinco meses, desde junho de 2017, o segundo Grupo de Trabalho (GT Ingresso) formulou e discutiu uma proposta capaz de alcançar maior equidade no acesso à Unicamp. Representantes do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp participaram ativamente das propostas até a fase de aprovação. O novo sistema de seleção foi implementado no Vestibular 2019. 

Posteriormente, foi criada também uma Comissão Assessora de Diversidade Étnico-Racial (CADER/DeDH), responsável pela formulação, implementação, gestão e acompanhamento das políticas de ação afirmativa e combate a quaisquer formas de preconceito na Universidade. A implementação de cotas étnico-raciais também se estendeu para vestibulinhos dos Colégios Técnicos de Campinas (Cotuca) e de Limeira (Cotil). De acordo com a proposta, 70% das vagas oferecidas pelos dois colégios são destinadas a alunos vindos da rede pública de ensino, sendo que 35% do total de vagas são para alunos pretos, pardos ou indígenas. Vale destacar que  implementação das políticas afirmativas em programas de pós-graduação da Unicamp foi resultado de uma articulação ampla, em que se destaca a atuação da Frente Pró-Cotas e do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, fundamental para que se aprovasse cotas, no início de 2015, para alguns programas, a exemplo dos oferecidos pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. 

Restaurante Universitário I

 Conselho Universitário vota a favor da implementação de cotas raciais. Autor: Antoninho Perri. 2017. 
 Acervo SEC/Unicamp

 

 

 VESTIBULAR INDÍGENA

Com foco na Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012), que estabelece cotas em todas as instituições federais de ensino superior para estudantes de escolas públicas, e no aumento da diversidade na Unicamp, o Vestibular Indígena foi deliberado como parte das novas formas de ingresso para os cursos de graduação da Unicamp em 2019, com 72 vagas iniciais distribuídas por 34 cursos. Os dez cursos mais procurados foram: Enfermagem – Integral; Administração (Noturno); Farmácia (Integral); Administração Pública (Noturno); Engenharia Elétrica (Integral); Pedagogia (Integral); Engenharia de Produção (Integral); Arquitetura e Urbanismo (Noturno); Engenharia Agrícola (Integral); Engenharia Elétrica (Noturno) e Ciência do Esporte (Integral). No ano seguinte, esse número subiu para 95 vagas e 44 cursos. O primeiro processo de seleção foi realizado em cinco cidades do país: Campinas (SP), Dourados (MS), Manaus (AM), Recife (PE) e São Gabriel da Cachoeira (AM). Os candidatos realizaram a primeira prova em dezembro de 2018.

Para participar da seleção, os indígenas precisaram comprovar que pertencem a alguma etnia, apresentando declaração de três lideranças, do órgão regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) e justificativa sobre o vínculo com a comunidade. Em 2022, pela primeira vez, a Unicamp e a Universidade Federal de São Carlos abriram inscrições para o Vestibular Indígena Unificado 2023. Foram 260 vagas destinadas a indígenas brasileiros que estudaram em escolas públicas.

Restaurante Universitário I

 A Unicamp vai até São Gabriel da Cachoeira para a aplicação do primeiro Vestibular Indígena. 
 Autor: Antonio Scarpinetti.
 2018. Acervo SEC/Unicam

 

 

DIREITO DE USO DE NOME SOCIAL

O nome social é aquele com o qual pessoas travestis e transexuais se identificam no dia-a-dia e que está de acordo com suas identidades de gênero. Em janeiro de 2020, foi publicada em Diário Oficial uma Resolução da Unicamp que assegura o direito de alunos, professores e funcionários travestis e transexuais de utilizarem seus nomes sociais em registros, documentos e ações da vida funcional e acadêmica da Unicamp. A medida foi adotada em conformidade a outras normas que já preveem esse direito, incluindo o Decreto Estadual nº 55.588/2010, que assegura a travestis e transexuais o direito de tratamento pelo nome social em órgãos públicos do Estado. A preparação da resolução, que teve início em 2017, contou com a participação de segmentos da comunidade diretamente envolvidos com a questão, assim como com a participação de setores da administração responsáveis pela implementação. A medida foi fruto da elaboração de uma política de combate à violência sexual na universidade, coordenada pela Comissão Assessora de Combate à Discriminação Baseada em Gênero e/ou Sexualidade e à Violência Sexual, vinculada à Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH). Hoje denominada Comissão Assessora de Gênero e Sexualidade, trata-se de um espaço de formulação e gestão das iniciativas voltadas para garantir equidade de gênero na Unicamp, tanto no âmbito da vida acadêmica como do trabalho. Entre as ações estão estudos, atividades educativas, assim como elaboração de normas e procedimentos para acolher queixas e orientar as pessoas sobre episódios de discriminação baseada em gênero e/ou sexualidade e de violência sexual.

Restaurante Universitário I

Unicamp assegura à comunidade universitária o direito de uso e inclusão do  nome social nos registros,
 documentos e atos da vida funcional e acadêmica. Autor: Antonio Scarpinetti. 2020. Acervo SEC/Unicamp