Welcome to SIARQ - UNICAMP   Click to listen highlighted text! Welcome to SIARQ - UNICAMP Powered By GSpeech

Publicações Estudantis da Unicamp na VI Semana Nacional de Arquivos

O AC/SIARQ participa da 6ª Semana Nacional de Arquivos com a Mostra Virtual “Publicações Estudantis da Unicamp: o que e como comunicam". Por meio de textos, imagens e documentos do nosso acervo, a nova mostra virtual expõe algumas publicações estudantis da Unicamp impressas e distribuídas entre as décadas de 1960, portanto nos primórdios da Universidade, e início dos anos 2000. Interesses acadêmicos e sociais, políticos, cotidiano dos campi, orientações aos calouros e outros contextos de mobilização e lutas estavam entre os principais temas abordados pelos estudantes no período. Havia espaço para artigos, reportagens, crônicas, charges, tirinhas e poesias. Bem, por enquanto paramos por aqui, então...

Não perca o lançamento, dia 6 de junho, por meio das redes sociais e do nosso site.

 

mostra virtual SNA2022

Marilia de Andrade, filha de Oswald, atuou na criação do curso de Dança da Unicamp

O terceiro post da série sobre modernismo, em comemoração ao #CentenárioSemana22, destaca a trajetória de Marilia de Andrade, professora do Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da Unicamp. No sobrenome, ela traz a herança de alguém que estaria entre os principais intelectuais daquele fevereiro de 1922 na capital paulista: Marilia é filha de Oswald de Andrade e Maria Antonieta d’Alkmin. A influência de seus pais vai muito além do nome: expressão, criatividade e afinidade com a área cultural marcam a carreira da pesquisadora.

 

marilia1

 

 

 

 

 

 

 

 

 Formada em psicologia, é autora de relevantes pesquisas em artes corporais, cultura e gênero, sempre reforçando a conexão permanente entre arte e ciência. Também publicou artigos e filmes sobre estereótipos nos papeis sexuais. Dedica-se à dança desde os quatro anos de idade, constituindo sua carreira como intérprete e coreógrafa. Ingressou na Unicamp em 1981 como professora de autoconsciência corporal e sensibilização para alunos do curso de Música. Em meados da década de 1980, atuou na criação do Departamento de Artes Corporais (DACO) e do Curso de Graduação em Dança, onde atuou como intérprete, professora e pesquisadora até 2015. 

Entre as criações artísticas de Marilia estão espetáculos com grande diversidade de temas e linguagens de dança. Em 1987, a partir de referências modernistas, Marilia estreou em Campinas, e posteriormente em várias cidades do país, o espetáculo “Impressões Brasileiras”, que homenageou o músico Heitor Villa-Lobos. A montagem, dirigida pela professora e com participação de estudantes da Unicamp, foi dividida em três atos, a partir de um enredo composto por uma viagem de trem, que começava em São Paulo e partia para diversos estados do país na década de 1930. No mesmo contexto, pesquisas eram desenvolvidas no IA com foco na criação de um código essencialmente brasileiro para a dança, resgatando uma linguagem nacional para a dança. “Danças Brasileiras” e “Capoeira”, por exemplo, entraram no currículo formal da graduação.

marilia2

marilia3

Em 13 de fevereiro deste ano, Marilia de Andrade participou da conferência de abertura do evento “Semana Rastro dos Rastros de 1922”, realizado pela Unicamp para celebrar o marco do movimento modernista, a Semana de Arte Moderna de 1922. Por meio de contos desde a infância e momentos de sua carreira, ela relata “rastros” modernistas em suas coreografias, encontros com Heitor Villa-Lobos, do espetáculo marcante de 1987, inclusive com alunos da Unicamp e da própria Semana de 1922. Ela foi a representante do curso de Dança nas festividades do Centenário na Universidade. Sua conferência tem início a partir de 35’. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2o5QyJquOqM

marilia4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acervo da Pesquisa: "Nos camarins da Semana de 22"

A fim de destacar os setenta anos da Semana de Arte Moderna, o Jornal da Unicamp divulgava, em 1992, a pesquisa desenvolvida no doutorado de Carlos Eduardo Berriel. Naquele momento, Berriel, vinculado ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), buscava entender as origens do movimento modernista. O estudo apresenta o historiador, ensaísta e aristocrata Paulo Prado como idealizador e articulador intelectual do movimento realizado em fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. A partir de sua influência entre setores tradicionais do estado de SP, conseguiu atuar como agente de ligação e apoio aos jovens modernistas, como Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Villa Lobos. Berriel, ao longo da pesquisa, se aprofundou na vida e obra de Paulo Prado, especialmente a partir da transição do regime político do Brasil, de monarquia à república. Prado, no século XIX, já indicava a importância de rupturas com tradições europeias e transformações culturais no país. A reportagem está na edição 64 do Jornal da Unicamp e faz parte do acervo histórico do AC/SIARQ. 

Em 2000, Carlos Berriel publicou a obra “Tietê, Tejo, Sena: a obra de Paulo Prado”, ampliada treze anos depois pela Editora da Unicamp, em que apresenta o exportador mundial de café como grande influenciador do modernismo. O livro estimula a reflexão sobre o modernismo não apenas em sua dimensão de ruptura estética, mas também social e político, inserido em um projeto de hegemonia paulista.

AC Modernismo_noticia

Sérgio Buarque de Holanda e o movimento modernista

O fundo Sérgio Buarque de Holanda é um dos mais procurados pelos pesquisadores no AC/SIARQ. Reúne documentos produzidos e acumulados pelo jornalista e historiador que refletem a sua vida e obra. Entre correspondências, cadernos, recortes de jornais, fotografias e outras espécies documentais, estão informações sobre a relação de Sérgio Buarque de Holanda (SBH) com o movimento modernista, cujo marco – a Semana de Arte Moderna de 1922 – chega ao seu centenário em fevereiro deste ano.

Embora não tenha participado pessoalmente do emblemático encontro no Theatro Municipal de São Paulo, o historiador se tornou, naquele ano, colaborador e representante da revista Klaxon, editada em São Paulo pelos modernistas e umas das principais publicações do movimento. Cartas trocadas entre SBH e Mário de Andrade, que estão no conjunto documental custodiado pelo AC/SIARQ, refletem não somente a amizade entre eles, mas a tarefa em comum de reverberar o modernismo paulista entre os cariocas.

sbhfotosite4

 

 

 

 

 

 

 

 

 sbhfotosite2

 

 

 

 

 

 

 

 Em 1924, SBH fundou no Rio de Janeiro, juntamente com Prudente de Moraes e Afonso Arinos de Melo Franco, a revista Estética, também sintonizada com a revolução cultural proposta pelos artistas e escritores, mas de caráter mais crítico ao próprio modernismo. No primeiro volume, estão artigos de Graça Aranha, Mário de Andrade, Rodrigo Mello Franco de Andrade, Couto de Barros, Afonso Arinos e outros. Porém, antes mesmo de Estética, Sérgio, já de olho em uma possível revolução cultural, já havia publicado em periódicos como Revista do Brasil, Correio Paulistano, e Fon-Fon. O primeiro artigo, em 1920, no Correio Paulistano, chamava-se “Originalidade Literária” e defendia a necessidade de uma “literatura nacional”. “O Brasil há de ter uma literatura nacional, há de atingir mais tarde a originalidade literária, a inspiração em assuntos nacionais, o respeito de nossas tradições e a submissão às vezes profunda da raça, acelerarão esse resultado final”, expõe SBH no artigo.

sbhfotosite3

 

 

 

 

 

 

 

 

  Ao explorar os documentos, percebe-se não apenas uma relação particular do autor com os participantes da Semana de Arte Moderna, mas principalmente ideias que definiriam o perfil do ensaio da década de 1930, em que SBH atuaria como “intérprete do Brasil”, culminando na publicação de “Raízes do Brasil”, cuja primeira edição é de 1936. Acima de tudo, o jornalista destaca a quebra do formalismo das velhas tradições, ampliando a atenção para estudos sobre o interior do país. A obra, com traços modernistas, expõe uma nação em processo de mudanças, com possibilidades de vencer retrocessos e deixar de ser essencialmente um país agrário. Nas palavras do próprio Sérgio, “Raízes do Brasil” foi uma tentativa de fazer algo novo, para quebrar com a glorificação patriótica dos heróis do passado”.

sbhfotosite5

 

 

 

 

 

 

 

 

 Ainda na segunda metade dos anos 1920 e início da década seguinte, Sérgio passa por uma fase de revisão do modernismo e lhe imputa diversas críticas, sem negar a originalidade e a força do movimento para as mudanças intelectuais. Seu posicionamento, que censuraria a incapacidade de criação artística espontânea e exaltaria o espaço de experiência como essencial na construção de um pensamento original sobre a identidade brasileira, também pode ser percebido a partir de correspondências e artigos enviados a periódicos, como Revista do Brasil e Jornal do Brasil.  

O Fundo SBH, constituído em 1986 no AC/SIARQ, é aberto ao público para consulta e desperta diversas possibilidades de pesquisa. É possível, por exemplo, levantar questões sobre a formação intelectual de SBH, como obras lidas, diálogos, círculos sociais que frequentava, movimentos e instituições dos quais fez parte. Para saber mais, acesse o catálogo.

Modernismo: legado, provocações e análises que transcendem o século XX 

Há cem anos, o modernismo paulista reverbera como uma das principais referências culturais do século XX. Influenciado pelas vanguardas europeias, simboliza uma série de renovações e mudanças na arte do país, que surpreendeu desde seu início. O momento era de fim de uma grande guerra mundial e tudo se renovava nas estruturas políticas, sociais e intelectuais. No Brasil, a industrialização de São Paulo, sua subsequente colocação como potência econômica e a consolidação do capitalismo também possibilitaram a fertilização de um terreno de transformação. Esse cenário foi aliado à discussão de uma estética nacional autêntica.

semana de arte 1922

 

 

 

 

 Assim, a Semana de 1922, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro, anunciou, com suas exposições, recitais, conferências e apresentações musicais, a chegada ruidosa de um movimento que buscava renovar o jeito de se fazer arte no Brasil. Durante três noites apresentaram suas obras jovens escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Plínio Salgado e o músico Heitor Villa-Lobos. No saguão do teatro eram expostos trabalhos de artistas plásticos como Anita Malfatti e Vítor Brecheret. O tom da semana foi de crítica a artistas e estilos consagrados nos meios acadêmicos.  O discurso de abertura da Semana esteve a cargo de Graça Aranha, que dizia: “Da libertação do nosso espírito sairá a arte vitoriosa”. No mesmo ano, a revista Klaxon começava a ser distribuída. Embora com curta duração, apenas oito números, ajudou a divulgar ideais e princípios estéticos do modernismo. 

Um dos principais temas que despertam atenção dos pesquisadores é a origem do movimento, patrocinado pelo Correio Paulistano, jornal conservador que pertencia ao Partido Republicano Paulista (PRP). Menotti del Picchia, um dos mais importantes nomes da Semana, era redator. O grupo de artistas que deflagraram o movimento modernista no evento, contou com a simpatia inicial das elites políticas paulistas e do seu desejo de uma arte refinada. No entanto, o modernismo no Brasil não se restringe ao estado de São Paulo. Ao integrar várias tempos e espaços, as formas de pensar o moderno também abrangeram intelectuais e artistas de estados como Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. O modernismo desdobrou-se, nas décadas seguintes, em posições estéticas e filosóficas mais profundas, por meio de obras literárias e artísticas.

Fontes consultadas:

CARVALHO, Raphael Guilherme. Experiência e expectativa: Sérgio Buarque de Holanda, o modernismo, a história. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História da ANPUH, São Paulo, 2011. Disponível em www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300870822_ARQUIVO_ArtigoRaphaelCarvalhoAnpuh.pdf. Acesso em 14 de fevereiro de 2022.

MONTEIRO, Pedro Meira. Mário de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda: Correspondência. São Paulo: Companhia das Letras, Edusp, 2012.

PINTO, Manuel da Costa. Um intérprete modernista do Brasil. Revista Cult, 2002. Disponível em revistacult.uol.com.br/home/um-interprete-modernista-do-brasil/. Acesso em 13 de fevereiro de 2022.

RAÍZES DO BRASIL: Uma Cinebiografia de Sérgio Buarque de Holanda. Direção: Nelson Pereira dos Santos, Produção: Márcia Pereira dos Santos e Mauricio Andrade Ramos. Rio de Janeiro: Regina Filmes, Vídeo Filmes e Rio Filme, 2003, 1 DVD. 

RAMBO, William Amaral dos Passos. Do modernismo ao ensaio histórico: o percurso de Sérgio Buarque de Holanda (1920-1936). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. Disponível em https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/193039/001091160.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 15 de fevereiro. de 2022.

VELLOSO, Monica Pimenta. História e Modernismo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

 

AC/SIARQ lembra Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência

Desde 2016, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é comemorado em 11 de fevereiro, estabelecido por resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2015. Segundo dados da UNESCO, cerca de 30% dos cientistas do mundo são mulheres. O evento, celebrado em diversos países, constitui uma oportunidade para a promoção do acesso à ciência e de reconhecimento da importância das mulheres nesse campo. No escopo, também está o incentivo às meninas no interesse em seguir carreiras na pesquisa científica, derrubando barreiras como estereótipos e falta de acesso. A celebração também busca maior visibilidade às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.
 
Em alusão à data, o AC/SIARQ preparou um breve clip de fotos com algumas cientistas da Unicamp ao longo de cinco décadas e meia de história. Todas as imagens fazem parte de nosso acervo histórico e remetem a pesquisadoras de diversas gerações e áreas do conhecimento.
 
Clique na imagem para conferir!
 
Arte de capa_mulheres

Notícias dos anos anteriores:

2023

No dia 12 de dezembro, o Fórum de Inovação e Sustentabilidade Campinas (FISC) lançou, na PUC-Campinas, o projeto “Interdependência”, com apoio financeiro da Lei Rouanet e da empresa Bosch. O objetivo é ...

2022

O AC/SARQ conquistou, por meio de seus funcionários, a menção honrosa ao projeto “SIGAD – Processo Digital” na solenidade de premiação aos melhores projetos submetidos ao Prêmio Paepe...

2021

O Dia Internacional de Preservação Digital, celebrado em 4 de novembro, marcou a realização do Fórum Permanente "Repositório Arquivístico Digital Confiável...

2020

Atendendo às diretrizes da Administração Central da Universidade no contexto de ações preventivas ao COVID-19, o atendimento presencial do presencial do Arquivo Central do Sistema...

2019

Sistemas Informatizados de Gestão de Documentos (SIGADs): desafios para implementação. Data: 28/11/2019. Horário: 14 às 18h Local: Auditório Verde do Centro de Capacitação do...

CONTATOS DO SIARQ

Arquivo Central do Sistema de Arquivos - SIARQ
 Horário de Atendimento:
    De 2ª a 6ª feira - das 8h30 às 17h30

SIGAD-UNICAMP (Processo em papel, Processo Digital, Atos-Administrativos)
  protcent@unicamp.br
  Chat: protcent@unicamp.br  
 +55 19 3521-6449
   

Consultas e/ou informações do acervo histórico:
  acervoac@unicamp.br
 +55 19 3521-6457

Administrativo:
  siarq@unicamp.br
  +55 19 3521-6440 / +55 19 3521-6456

  Praça Henfil, 50, Cidade Universitária "Zeferino Vaz", Barão Geraldo, Campinas - SP - Brasil, 13083-895

Click to listen highlighted text! Powered By GSpeech